A cantora Lina Pereira dos Santos, mais conhecida como Linn da Quebrada, foi a 12ª eliminada do BBB 22, da TV Globo, no domingo (10). Ela foi a mais votada pelo público, com 77,6% dos votos, no paredão que disputou com Eliezer e Gustavo.
“Por sua causa, o Brasil inteiro sabe que não tem mais desculpa pra errar o pronome. É ela”, disse o apresentador do programa, Tadeu Schmidt, em seu discurso. Transexual, Lina tem o pronome “ela” tatuado no rosto, para que as pessoas não esqueçam da forma como ela deve ser tratada, algo que não é respeitado por pessoas transfóbicas.
“Eu fiz essa tatuagem por causa da minha mãe, na verdade. No começo da minha transição, minha mãe ainda errava e me tratava no masculino”, contou ela no início desta edição do BBB. “Virei e falei: ‘olha mãe, vou tatuar ela aqui na minha testa para ver se a senhora não erra’. E acho que assim é uma indicação para todas as outras pessoas. Então, ficou na dúvida? Lê e vocês lembram que eu quero ser tratada nos pronomes femininos”.
LEIA MAIS:
1. VÍDEO: “Eu quero ser tratada nos pronomes femininos”, diz Linn da Quebrada no BBB
2. BBB 22: Lina é vítima de transfobia na internet
3. VÍDEO – Lina detona bolsonarista Naiara Azevedo no BBB: “Não é sobre você”
Quem é Linn da Quebrada?
Ela nasceu na periferia de São Paulo, numa área pobre da Zona Leste. Passou a infância e a adolescência nas cidades de Votuporanga e São José do Rio Preto e foi criada por sua tia, que era testemunha de Jeová.
No início da idade adulta, se assumiu homossexual e enfrentou muitos preconceitos da família e da comunidade religiosa. Posteriormente, passou a se identificar como travesti. Ela abandonou sua religião, saiu da casa da mãe e voltou para a capital paulista. Foi nesta época que ela passou a se dedicar à música e ao teatro, apresentando-se em boates, em shows performáticos, e cantando em bares da região.
Lina costuma se referir a si mesma como “bicha, trans, preta e periférica. Nem ator, nem atriz, atroz. Performer e terrorista de gênero”. Em 2014, ela descobriu um câncer nos testículos, e precisou retirar um deles. Enfrentou uma quimioterapia por três anos, alcançando a cura em 2017. Em 2021, aos 30 anos, Lina fez implante de próteses de silicone mamária. No mesmo ano, retificou seus documentos, passando a chamar-se oficialmente Lina Pereira dos Santos.