Quem não detiver a tragédia, dela será cúmplice. Por Fernando Brito

Atualizado em 7 de janeiro de 2023 às 23:06
Flávio Dino critica ação da PRF
Flávio Dino, ministro da Justiça. (Foto: Marcos Corrêa/PR)

Em todos os jornais, lê-se que se prepara uma nova onda de ações do bolsonarismo inconformado para criar tumultos em Brasília.

Já trancaram as estradas do país, já surraram pessoas, já provocaram incêndios, depredações e armaram explosivos, o que mais falta?

Aliás, nada lhes falta, nem transporte, em ônibus fretados ( e sequer revistados) , nem abastecimento para se manterem à tripa forra, com carne farta para seus churrascos – assista aqui como é farto o suprimento .

Não há mais desculpas para a vacilação diante desta aberta tentativa de ataque ao resultado das eleições. Teve-se toda a paciência com os desequilibrados, política e mentalmente, que poderiam estar ingenuamente metidos nesta mazorca.

Mas o que está acontecendo é uma vergonha e está certíssimo o ministro Flávio Dino ao dizer que “pequenos grupos extremistas não vão mandar no Brasil“.

Não é possível aceitar tergiversações, como se tratasse ali de uma manifestação legítima e pacífica, como as que a democracia garante.

Não se pode, cinicamente, chamar para comandar as forças de segurança de Brasília justamente aquele que se omitiu criminosamente quando a cidade foi posta a arder por esta turba.

Visivelmente insuflado por financiadores que têm meios materiais e certeza da impunidade, não basta dizer que este movimento, agora, só reúne algumas centenas, porque continua sendo gente suficiente para provocar uma tragédia. Não adianta a desculpa de que a cada diz são menos porque, ainda assim, são em número suficiente para transformar intenções em gestos.

Nem basta que o governo federal, justamente por ser o alvo deste ânimo selvagem, seja o único a se mobilizar para evitar que ela aconteça.

Passou muito da hora de que se ouça a voz daqueles a quem eles dirigem seus uivos digam-lhes que desistam de um ataque. E estes são Bolsonaro e as Forças Armadas.

Na sabedoria popular, quem cala, consente.

Publicado originalmente em Tijolaço.

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