Basta meia hora de conversa com seu cunhado fascista para notar como é bem sucedida a estratégia de Bolsonaro de jogar o povo à própria sorte e impor um sistema privado de imunização contra a covid.
O presidente que combate o SUS e faz o que está a seu alcance para boicotar a prevenção não vai mudar seu posicionamento em relação à pandemia.
“Tava agora na Saúde reunido. O pessoal fica me criticando. Os países todos estão vacinando, não é verdade. Mais ou menos 25% dos países estão vacinando”, discursou ao gado em frente ao Palácio do Alvorada nesta terça, 5.
Note a sequência da falação.
“E detalhe: um fabricante vendeu 10 mil vacinas para vinte e poucos países. Então eles estão vacinando, mas não estão vacinando o povo como um todo”.
Não importa que o fundador da Anvisa, Gonçalo Vecina, tenha definido como imoral negar esforços pela vacinação em massa e pública. Não importa o que pensam autoridades com um mínimo de sensibilidade social.
O que Bolsonaro e seu governo desejam é a roleta russa da imunidade de rebanho, ou seja, quem tiver que morrer que morra, e quem for bafejado pela sorte que fique por aqui.
“Falei que todo mundo vai morrer um dia. Pronto, criticaram. Tá, tem gente que não vai morrer”, ironizou. E riu, para deleite de seus fãs.
Nesta semana, o presidente da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC), Geraldo Barbosa, informou que a entidade está negociando a compra de cinco milhões de doses da vacina Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech.
A previsão é que o imunizante esteja disponível no mercado brasileiro no final de março.
O setor não tem estimativa de quanto vai custar a dose. Seus executivos alegam que a disponibilização nas clínicas não prejudicaria o sistema público porque faz parte de uma produção adicional do laboratório.
“A gente já vem buscando saídas para o mercado privado e surgiu a possibilidade dessa vacina indiana, que é muito promissora. É uma venda adicional que não vai interferir no quantitativo que o governo pediu”, afirmou o presidente da entidade.
Geraldo Barbosa tem viagem à Índia agendada para os próximos dias.
Setores abastados da sociedade estão ávidos para que a coisa dê certo. Dinheiro não será problema em face do risco que a covid representa.
São os chamados bolsonaristas-raiz, aqueles que não se importam com o problema dos mais pobres e, quando têm algum assunto de saúde a resolver correm sem susto para a rede privada.
É para essa gente que Bolsonaro fala todos os dias. São eles que sustentam sua louca cavalgada genocida. Brasileiros que não se importam com o coletivo, cuidam do próprio nariz e não fazem questão de estragar, defendendo teses assim, um simples almoço familiar.