Alvo de um inquérito em curso na Polícia Federal desde março de 2021, Jair Renan Bolsonaro quis dar uma “mudada de chave” após uma participação no programa Pânico, em junho deste ano. O quarto filho do presidente Jair Bolsonaro diz que se sentiu envergonhado porque “viu que não estava construindo nada ali” e “só falou besteira”. Depois de alguns puxões de orelha da mãe, Ana Cristina Valle, ele preferiu voltar atrás e focar nos estudos. “Quem sabe eu não sou o próximo Elon Musk?”, questiona ele.
Investigado por tráfico de influência em razão de parcerias de sua firma de marketing com empresários interessados em negócios no governo, Jair Renan concedeu uma entrevista ao Metrópoles e falou sobre ter sido procurado por uma das maiores fabricantes de equipamentos eletrônicos do país, a Multilaser, que queria uma parceria e em troca lhe daria “um novo quarto gamer”.
“Eu queria atualizar o meu PC e iria divulgar eles (sic) em troca. Seria uma permuta, que eu faço nas redes de vez em quando. Eu queria participar e ele não me deixava participar. Ele sempre tomava a frente, entrava em contato com algumas empresas usando o meu nome. Eu não sei o que ele fazia usando meu nome, o que ele fazia de contrato. Tanto que eu sempre pedia para deixar eu participar, ver o que ele estava fazendo. Ele só mandava (os contratos) no final e falava para eu assinar. Eu não assinava, aí ele soltava… Ficava bravo. Eu não sabia o que estava acontecendo. Eu nem sei o que ele tinha feito com meu nome”, reclama, se referindo a Diego Pupe, seu ex-assessor, com quem ele rompeu no início deste mês, de maneira pouco amigável.
Jair Renan diz que Pupe “fazia sua caveira” para Deus e o mundo e o excluía das negociações. “Ele disse que não ia me mandar, que ia fechar o contrato e quando estivesse fechado eu assinava e acabou. Aí eu tive a liberdade de passar por cima dele e saber o que estava sendo escrito sobre o assunto. Falei com os empresários sobre, e eles me disseram que não tinha nada, ele nem tinha mandado mensagem. O que ele fazia? Perdia o negócio, para falar que eu não tinha responsabilidade para ele entrar na jogada e pegar o negócio para ele. Eu estava vendo o que ele estava fazendo e eu tomei a frente, comecei a passar por cima dele para saber o que estava acontecendo”, pontua, levantando como exemplo o caso de uma plataforma de jogos e uma marca de shampoo.
O filho do presidente diz que “tem até medo” de que esses contratos possam gerar problemas como os que levaram à abertura do inquérito na Polícia Federal, mas diz que quer resolver os próprios problemas. Ele garantiu que, quando percebe que algum empresário está indo até ele com interesses de se aproximar do governo, “corta na hora”. “E falo assim: ‘Olha, você está tratando comigo, Renan Bolsonaro. Aqui é privado. Não tem nada a ver com o presidente da República ou com meus irmãos’. Eu já falei: ‘Não é assim que funciona, cara, isso não existe’. É minha imagem, a imagem do Renan Bolsonaro. Meu pai está na Presidência resolvendo os problemas do Brasil. Eu quero resolver os meus problemas”, afirmou.
O jovem de 24 anos nega que esteja rico, mas diz que está trabalhando para ficar. “Quem sabe eu não sou o próximo Elon Musk? Tem que pensar alto, né? Se eu pensar baixo, aonde eu vou chegar?”, perguntou, se referindo ao homem mais rico do mundo, que recentemente se encontrou com Jair Bolsonaro no Brasil.
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