O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, se manifestou nesta terça-feira (23) sobre uma declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na segunda-feira (22), o petista afirmou estar “assustado” com a fala do líder venezuelano sobre um possível “banho de sangue” caso seja derrotado nas eleições. O pleito está marcado para este domingo (28).
“Fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto, não de sangue”, declarou Lula durante entrevista no Palácio da Alvorada com agências internacionais.
Sem mencionar o presidente brasileiro, Madura disse que fez “apenas uma reflexão”: “Quem se assustou que tome um chá de camomila”.
“Na Venezuela vai triunfar a paz, o poder popular, a união cívico-militar-policial perfeita”, prosseguiu.
A referência ao “banho de sangue” faz alusão ao “Caracazo”, um levante social de fevereiro de 1989, que resultou em milhares de mortes, segundo denúncias. Esse evento foi um dos motivos que impulsionaram a insurreição liderada por Hugo Chávez, antecessor e padrinho político de Maduro, em 4 de fevereiro de 1992.
“Eu disse que se, negado e transmutado, a direita extremista (…) chegasse ao poder político na Venezuela haveria um banho de sangue. E não é que eu esteja inventando, é que já vivemos um banho de sangue, em 27 e 28 de fevereiro”, afirmou.