Quem tem medo da ameaça de Flavio Bolsonaro? Por Moisés Mendes

Atualizado em 11 de outubro de 2024 às 22:33
Flávio Bolsonaro quer impeachment de Alexandre de Moraes. Fotomontagem

O Senado tem 81 senadores. Em 2026, serão disputados dois terços das vagas. São 54 cadeiras, ou dois senadores por Estado. O PL de Bolsonaro tem uma meta: eleger 20 senadores. Hoje, tem 14.

Se conseguir, pelas contas de Flávio Bolsonaro, a extrema direita, acumpliciada com a direita com conexão com o bolsonarismo, terá o número suficiente de votos para determinar o impeachment de Alexandre de Moraes.

O número mínimo, de dois terços, é esse mesmo: 54 senadores podem, por prerrogativa, expulsar um ministro do STF. E a meta é mandar embora Moraes.

Flávio disse em entrevista muito amigável ao site Metrópoles (onde foi recebido pelo jornalista Gilberto Amado como grande democrata que conversa até com as esquerdas) que Moraes pode se preparar:

“Eu sempre falei que eu acreditava numa espécie de autorregulação do próprio Supremo contra esses arroubos absurdos, essas maluquices do Alexandre de Moraes. Por enquanto, ainda não aconteceu”.

Um site que tem a pretensão de acompanhar a intenção de voto dos senadores (votossenadores.com.br) mostra o seguinte hoje: 36 senadores pelo impeachment, 27 indefinidos e 17 contra.

Com a eleição de 2026, pode mudar tudo. E aí a ameaça de Flávio pode funcionar? Diziam, até a ascensão do bolsonarismo, que muita coisa nunca funcionaria.

SÓ OS CHILENOS
Bonita a homenagem do narrador Luis Roberto, ontem, na transmissão da Globo do jogo Chile X Brasil, aos que resistiram, foram presos, torturados e assassinados pela ditadura de Pinochet no Estádio Nacional.

Na Globo, não é muito comum. Mas há sempre aquela questão: alguém já ouviu um narrador da Globo, durante um jogo, fazer referência aos que resistiram à ditadura no Brasil? Ninguém ouviu e talvez nunca vá ouvir.

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