A Procuradoria da República em São Paulo enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma denúncia contra os irmãos do presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta prática de lavagem de dinheiro para aquisição de imóveis. Aqueles que esperavam resultados das investigações dos familiares de Bolsonaro se frustraram com os representantes.
Na última semana, o gabinete da vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo, recebeu a representação. Braço direito do PGR Augusto Aras, Lindôra vem ganhando notoriedade por fazer o arquivamento de apurações que envolvem Bolsonaro e seus aliados.
Na última quinta-feira (22), uma reportagem do UOL demonstrou que o mandatário, irmãos e filhos negociaram 107 imóveis, 51 deles adquiridos total ou parcialmente com dinheiro vivo. A matéria foi censurada pela Justiça a pedido do senador Flávio Bolsonaro (PL).
A denúncia contra os familiares do presidente foi apresentada ao Ministério Público Federal (MPF) pelo deputado Paulo Teixeira (PT). Os familiares citados são, entre irmãos e outros parentes do presidente, Renato, Denise, Vânia, Angelo e Luiz Paulo Bolsonaro e José Orestes.
O deputado petista relembrou o suposto caso das “rachadinhas”, que envolveu Bolsonaro e seus filhos, e citou a possibilidade de indícios que os imóveis da família possam ter sido comprados com dinheiro obtido de forma ilícita.
Dos denunciados da família Bolsonaro, nenhum deles tem foro especial. A procuradora da república em São Paulo Ana Carolina Yoshii Kano Uemura apresentou a conexão dos parentes com eventuais crimes praticados pelo presidente e por seus filhos parlamentares que levam a investigação à PGR.
No início deste mês, Augusto Aras defendeu a participação da PGR e informou que o envio de centenas de representações para que autoridades sejam investigadas são uma sabotagem. Segundo ele, são representações fantasiosas, desprovidas de suporte probatório, e sem fundamentação legal.