Publicado originalmente no Alma Preta:
Por Flávia Ribeiro
Já são 151 quilombolas mortos pela Covid-19, o novo coronavírus, no Brasil. Os óbitos abrangem 16 dos 24 estados onde existem quilombos certificados e/ou em processo de certificação.
Do total, 28% estão no Pará, o estado que mais contabiliza mortes, casos confirmados e com suspeita. A Amazônia segue como a mais letal, com 51,2% dos óbitos.
A Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) denuncia que tem ocorrido, em média, uma morte por dia nas comunidades remanescentes de quilombo, desde 11 de abril quando foi registrado o primeiro óbito. O levantamento realizado pela Conaq mostra que até o dia 11 de agosto foram contabilizados 4.102 casos confirmados, além de 1.197 em monitoramento e três óbitos sob suspeita sem confirmação de diagnóstico.
O Pará, que está em primeiro em quase todos os boletins epidemiológicos, também publica um boletim autônomo e diário pela Coordenação das Associações das Comunidades Quilombolas do Estado do Pará – Malungu, em parceria com o Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Sociedades Amazônicas, Cultura e Ambiente (Sacaca) da Universidade Federal do Oeste do Para (Ufopa). O boletim mais recentes,de 12 de agosto, informa 43 mortos, 1.764 casos confirmados, 1.168 casos sem assistência médica, 995 casos suspeitos em tratamento médico, dois hospitalizados e um óbito em investigação.
O segundo lugar onde quilombolas mais morrem é o Rio de Janeiro, seguido do Amapá, com 38 e 22 registros, respectivamente. Além deles, os estados que já têm mortes de quilombolas são Bahia, Goiás, Maranhão, Pernambuco, Ceará, Amazonas, Espírito Santo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Tocantins, Alagoas e Piauí.