Aliados próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não escondem o incômodo em relação ao silêncio de figuras como o senador Sergio Moro (União-PR) e o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), diante da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tornou o ex-capitão inelegível. A informação é do jornal O Globo.
Cláudio Castro fez seu último aceno ao ex-mandatário na véspera da condenação. Na ocasião, ele disse que a inelegibilidade de Bolsonaro aumentaria a sua relevância política. Após a decisão do TSE, o governador não se pronunciou mais sobre o assunto.
“(Bolsonaro será) talvez até mais importante do que se estivesse elegível. Não tenho dúvidas de que um candidato à Presidência que teve 49% (dos votos) tem uma infinidade de seguidores, que terão um sentimento de injustiça. Com certeza, (será) ainda melhor do que elegível, não tenho dúvida”, disse Castro, no 22º Fórum Empresarial Lide.
Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, também não prestaram solidariedade de forma pública a Bolsonaro. Ambos estiveram no palanque com o ex-chefe do Executivo em 2022 e, hoje em dia, têm investido em um bom relacionamento com o governo do presidente Lula (PT).
Moro é outro que não tem se pronunciado sobre a condenação do ex-presidente. O ex-juiz da Lava-Jato chegou a ser cobrado pelo próprio filho do ex-capitão, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). “Alguma manifestação do Moro em relação à inelegibilidade de Bolsonaro?”, escreveu a bolsonarista. “Terceira via tá chamuscando a beirola”, respondeu o vereador.
Romário (PL) também não manifestou opinião sobre os oito anos de inelegibilidade impostos a Bolsonaro. Assim como o deputado federal Eli Borges, Líder da bancada evangélica. Ele é um dos seis deputados do núcleo bolsonarista do PL que não externaram apoio ao ex-mandatário após a condenação pelo TSE.
Nas redes sociais, entretanto, o advogado de Bolsonaro e ex-secretário de Comunicação Social da Presidência, Fabio Wanjgarten tentou minimizar a falta de manifestações públicas de apoio de alguns aliados do ex-presidente. “Os apoios privados são mais sinceros que públicos”, afirmou Wajngarten.