Rachel Sheherazade e a memória curta do brasileiro médio. Por Nathalí

Atualizado em 10 de outubro de 2023 às 10:02
Rachel Sheherazade. (Foto: Reprodução)

Não me surpreende que Rachel Sheherazade esteja sendo aclamada num reality duvidoso da Record.

Provavelmente esqueceram – ou nunca se importaram? – dos discursos de ódio da jornalista no SBT.

Esqueceram que ela apoiou um linchamento de um homem preto amarrado a um poste. Esqueceram de sua prepotência ao dizer que “foi a primeira jornalista do Brasil a emitir opinião”.

Rachel Sheherazade é uma Datena com boa dicção.

Parece que nem Datena, provavelmente uma de suas inspirações, expressou opinião enquanto pregava ódio na TV aberta – só a bonitona, a super jornalista, a que fala bem e ouve mal é que expressou opinião lixo na TV.

É que o brasileiro médio, além de ter uma memória curta e seletiva, sempre se rende a pessoas inteligentes e com boa lábia.

Rachel fala bem. Mantém uma postura de mulher justa e assertiva. Saber usar bem as palavras é obrigação de todo jornalista – essa mulher não é especial por fazê-lo.

E é assim, usando bem as palavras, que Rachel – ou a personagem que ela inventou – ofende minorias sem qualquer consequência.

A última que ela aprontou – nada novo sob o sol – foi declarar, no maior estilo Morgan Freeman, que não acredita em raças, somente na “raça humana”.

O brasileiro médio não liga pra inteligência: com um bom vocabulário, pode-se expressar qualquer opinião. Para completar, a maior rival da jornalista em “A Fazenda” é uma mulher preta, pobre e sem educação formal.

Basta isso: uma mulher preta que não sabe se expressar versus uma mulher branca que se exprime num português impecável, para que o brasileiro se renda.

Mesmo num reality de baixaria na Record, Rachel voltará mais forte, mais famosa e com mais apoiadores – para, quem sabe, se candidatar a deputada e ser eleita.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram,clique neste link