Não me surpreende que Rachel Sheherazade esteja sendo aclamada num reality duvidoso da Record.
Provavelmente esqueceram – ou nunca se importaram? – dos discursos de ódio da jornalista no SBT.
Esqueceram que ela apoiou um linchamento de um homem preto amarrado a um poste. Esqueceram de sua prepotência ao dizer que “foi a primeira jornalista do Brasil a emitir opinião”.
Rachel Sheherazade é uma Datena com boa dicção.
Parece que nem Datena, provavelmente uma de suas inspirações, expressou opinião enquanto pregava ódio na TV aberta – só a bonitona, a super jornalista, a que fala bem e ouve mal é que expressou opinião lixo na TV.
É que o brasileiro médio, além de ter uma memória curta e seletiva, sempre se rende a pessoas inteligentes e com boa lábia.
Rachel fala bem. Mantém uma postura de mulher justa e assertiva. Saber usar bem as palavras é obrigação de todo jornalista – essa mulher não é especial por fazê-lo.
E é assim, usando bem as palavras, que Rachel – ou a personagem que ela inventou – ofende minorias sem qualquer consequência.
A última que ela aprontou – nada novo sob o sol – foi declarar, no maior estilo Morgan Freeman, que não acredita em raças, somente na “raça humana”.
Aqui baixou a âncora do "adote um bandido" ameaçada pelo Governo Dilma #FerraPeãopic.twitter.com/PJpbTElO9Z
— Paulo Pacheco (@ppacheco1) October 10, 2023
O brasileiro médio não liga pra inteligência: com um bom vocabulário, pode-se expressar qualquer opinião. Para completar, a maior rival da jornalista em “A Fazenda” é uma mulher preta, pobre e sem educação formal.
Basta isso: uma mulher preta que não sabe se expressar versus uma mulher branca que se exprime num português impecável, para que o brasileiro se renda.
Mesmo num reality de baixaria na Record, Rachel voltará mais forte, mais famosa e com mais apoiadores – para, quem sabe, se candidatar a deputada e ser eleita.
Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram,clique neste link