O título alemão na Copa do Mundo foi comemorado por simpatizantes do nazismo que se disfarçam sob o “orgulho de ser branco”. Em uma postagem no Facebook, ignorantes chamaram a conquista da seleção de Müller, Schweinsteiger e companhia de “vitória para a raça branca”. O preconceito e a estupidez os impedem de ver que o gol marcado por Mario Götze foi mais um golpe nas teorias fajutas da superioridade ariana.
Os neonazistas poderiam ter motivos para se orgulhar se a seleção alemã de futebol não ostentasse um adjetivo: multicultural e multiétnica. A geração que se sagrou campeã é composta por jogadores das mais diversas origens.
Özil é muçulmano de ascendência turca. Boateng é negro com origem ganesa. Khedira é filho de tunisiano. Klose, maior artilheiro da história das Copas, e Lukas Podolski nasceram na Polônia.
O fenômeno vem de copas passadas. Cacau, brasileiro naturalizado alemão, e Mario Gomez, de origem espanhola, seguiram o caminho aberto por Gerald Asamoah em 2001, ao tornar-se o primeiro negro convocado pela seleção alemã.
A data coincide com o início da recuperação do futebol alemão. Há evidências demais para achar que o triunfo do futebol germânico não tenha relação com a incorporação de imigrantes ou seus descendentes na seleção nacional.
Em 1936, na Olimpíada de Berlim, o americano Jesse Owens destruiu as teorias da superioridade da ariana ganhando quatro medalhas de ouro no atletismo.
Hoje, 78 anos depois, os devotos lunáticos da “supremacia branca” viram o esporte provar outra vez o quanto estão enganados. Com o detalhe saboroso que a resposta veio da Alemanha que eles tanto idolatram.