O presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda não conseguiu engajar o apoio de nenhum dos governadores dos três maiores colégios eleitorais do País: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Apesar de procurarem eleitores que estejam no mesmo quadro do presidente, os chefes estaduais evitam se associar com a radicalização do discurso bolsonarista em ataques às urnas eletrônicas, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ameaças à democracia, segundo o Estadão.
Juntos, os três estados reúnem mais de 63 milhões de eleitores, o que representa cerca de 40% do total de votantes no Brasil.
O mais próximo a Bolsonaro na região Sudeste é o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), que tem usado pouco a imagem do presidente nas redes sociais e na TV. Mas por pressão do PL, Bolsonaro deve entrar nas propagandas eleitorais nas próximas semanas, mas de forma moderada e falando de economia e Auxílio Brasil.
Já em Minas Gerais, a separação de interesses dos eleitores afeta a demonstração de apoio a Bolsonaro no estado. Antes considerado um aliado de Bolsonaro, Romeu Zema (Novo) ignorou o presidente em sua campanha na TV e redes sociais. Um movimento chamado “Luzema” (voto casado em Lula e Zema) tem sido repercutido e incentivado.
Integrantes do governo mineiro afirmam que isso é por conta de uma questão geográfica. Lula tem mais votos nas regiões mais pobres do Estado, em cidades que passaram a receber repasses do atual governo. As prefeitas petistas como Marília Campos, de Contagem, e Margarida Salomão, de Juiz de Fora, mantêm uma boa relação com Zema.
Em São Paulo, o governador Rodrigo Garcia (PSDB) aumentou as críticas ao PT e reforçou o discurso sobre a segurança pública, mas sem associar seu nome ao de Bolsonaro. Ele pretende fazer uma “disputa de atributos” com seus adversários e aposta na alta rejeição do presidente no estado para chegar ao segundo turno. O eleitor bolsonarista está no radar do tucano, mas isso não significa que Garcia vai acolher a agenda de Bolsonaro.