A Polícia Federal (PF) está próxima de indiciar o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), por possíveis crimes cometidos durante sua gestão na agência, no governo de Jair Bolsonaro (PL), conforme informações do colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles.
O inquérito, conhecido como “Abin paralela”, investiga se Ramagem teria utilizado recursos públicos para monitorar ilegalmente autoridades, como ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), parlamentares e jornalistas. Esse suposto monitoramento teria sido feito por meio do software israelense First Mile.
Paralelamente, a PF também avança em apurações para verificar se Ramagem será indiciado no “inquérito do golpe”, que investiga ligações entre políticos e militares, além dos atos de vandalismo de 8 de janeiro promovidos por bolsonaristas em Brasília.
Além das investigações em curso, Ramagem foi convocado a prestar depoimento nesta terça-feira (5). A previsão é que ambos os inquéritos sejam finalizados em breve.
Fontes ligadas ao caso sugerem que o ex-chefe da Abin poderá ser acusado formalmente não apenas de espionagem, mas também de subversão da ordem democrática, caso as investigações comprovem envolvimento em articulações antidemocráticas. Ramagem nega todas as acusações.
Vale destacar que o ex-diretor da Abin foi o candidato apoiado por Bolsonaro na eleição municipal do Rio deste ano, conquistando 948.631 votos, ou 30,8% dos votos válidos. No entanto, seu adversário, Eduardo Paes (PSD), venceu no primeiro turno, com 60,4% dos votos.