Ramagem diz que Bolsonaro sabia da gravação e queria usá-la contra Witzel

Atualizado em 15 de julho de 2024 às 19:58
O ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Fernando Brazão/Agência Brasil

Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e atualmente deputado federal, afirmou que a reunião de agosto de 2020 não foi gravada de forma “clandestina” e o registro seria utilizado contra Wilson Witzel, então governador do Rio de Janeiro. Em vídeo divulgado nas redes sociais, ele deu sua versão sobre o caso.

“Essa gravação não foi clandestina, havia o aval e o conhecimento do presidente. A gravação aconteceu porque veio uma informação de uma pessoa que viria na reunião e teria um contato do governador do Rio à época, e que poderia vir com uma proposta nada republicana. A gravação, portanto, seria para registrar um crime contra o presidente da República, só que isso não aconteceu e a gravação foi descartada”, afirma.

Durante o encontro, Bolsonaro afirmou que o então governador teria oferecido ajuda no caso da “rachadinha” contra Flávio em troca de uma indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Eu resolvo o caso do Flávio. Me dá uma vaga no Supremo”, teria dito Witzel a ele.

Sobre a participação das advogadas de Flávio, Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, Ramagem diz que elas estiveram no encontro para apresentar “possíveis irregularidades que poderiam estar acontecendo na Receita Federal”.

“O presidente Bolsonaro pouco se manifestou, sempre informou que não queria favorecimento e falou para as advogadas que as pessoas eram públicas e poderiam falar com elas, mas por meio delas”, prosseguiu Ramagem. Segundo ele, Bolsonaro sempre disse que “não queria jeitinho ou tráfico de influência”.

Ele ainda relata que sempre foi contrário ao pedido de intervenção do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) no caso do senador. “Eu me manifestei contrariamente em todas as oportunidades, falei que a inteligência não tem como tratar dados de sigilo bancário e fiscal, não haveria o resultado pretendido e que atuação do GSI nesse sentido seria prejudicial inclusive para o general Heleno, porque não seria a via correta”, acrescentou.

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