Receita Federal vai para cima de Queiroz e da família Bolsonaro

Devassa na Receita afeta o ex-faz-tudo da família presidencial, Fabrício Queiroz, as ex-mulheres e parentes diretos de Jair

Atualizado em 13 de março de 2022 às 8:09
As 'rachadinhas', Flávio Bolsonaro e Queiroz; Receita Federal foi para cima
As ‘rachadinhas’, Flávio Bolsonaro e Queiroz. Foto: Reprodução/PT

Um subsecretário de Gestão Corporativa da Receita Federal, Juliano Neves, fez a solicitação para a devassa feita nos sistemas do órgão para identificar investigações em dados fiscais de todo o entorno do presidente Jair Bolsonaro (PL). Essa ação afeta o ex-faz-tudo da família presidencial, Fabrício Queiroz, as ex-mulheres e parentes diretos de Jair.

Ação do governo começou após a defesa de Flávio alegar que teria tido seus dados fiscais acessados e repassados de forma ilegal ao Coaf (órgão federal de inteligência financeira), o que deu origem ao caso das “rachadinhas”, diz reportagem publicada na Folha de S.Paulo.

De acordo com documento da Receita, Neves pediu ao Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) uma apuração especial sobre os acessos a dados fiscais de nove pessoas: além de Jair Bolsonaro, de seus três filhos políticos, de suas duas ex-mulheres e da primeira-dama, Michelle, de Queiroz e de Fernanda Bolsonaro, mulher do senador Flávio Bolsonaro (PL).

A pesquisa foi muito mais ampla do que apontado meses atrás como um movimento apenas da defesa de Flávio contra a investigação da “rachadinha” tocada pelo Ministério Público do Rio.

Esse levantamento identifica os “logs”, como são chamados os arquivos sobre as consultas aos sistemas do Fisco. Eles indicam a data e o nome do auditor responsável pela consulta aos dados fiscais dos contribuintes.

Caso não haja justificativa para a atuação, o servidor pode ser punido pelo acesso imotivado. O resultado da apuração especial, porém, também permite identificar investigações legais ainda em sigilo contra o dono do CPF analisado.

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O ‘estrago’ da Receita afeta Queiroz, Bolsonaro e família

Essa devassa atingiu todo o entorno familiar do presidente, incluindo suas duas ex-mulheres com quem dividiu seu patrimônio e que não eram alvos da investigação contra o senador. Esse rastreamento abrangeu 22 sistemas de dados da Receita no período de janeiro de 2015 a setembro de 2020.

Procurada pelo jornal, a Receita não comentou a amplitude do levantamento. Afirmou apenas que instaurou procedimento para analisar denúncia publicada na imprensa sobre uma organização criminosa instalada na instituição, sem que as informações tenham se confirmado.

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