Na última quinta-feira (23), enquanto exibia imagens da chacina da sinuca, em Sinop, no Mato Grosso, o programa Cidade Alerta, da Record, cortou a foto de um dos criminosos para que os telespectadores não vissem que ele utilizava um boné com a inscrição “Bolsonaro 22”.
O homem em questão era Edgar Ricardo de Oliveira, de 30 anos, que se entregou à polícia e aparece nas imagens cometendo os crimes. À imprensa, o delegado do caso, Bráulio Junqueira, disse que ele ouviu a orientação de seu advogado e permaneceu em silêncio durante seu depoimento, sem responder nenhuma questão oficialmente. “Fizemos perguntas pertinentes, cabíveis e necessárias”, afirmou a autoridade.
Ainda de acordo com o delegado, o criminoso bolsonarista contou que tinha “problemas pessoais” com as vítimas, desavenças que existiam desde antes do dia da chacina. Porém, Oliveira não deu detalhes sobre quais seriam esses desentendimentos e tampouco sobre quais das vítimas eram realmente seus desafetos.
O homem passará por audiência de custódia e, em seguida, será levado à Penitenciária Dr. Oswaldo Florentino Leite Ferreira, também conhecida como Presídio Ferrugem, em Sinop, onde deve aguardar pelo julgamento.
A chacina da sinuca aconteceu na última terça-feira (21), quando dois homens assassinaram sete pessoas, incluindo uma adolescente de 12 anos, em um bar localizado em Sinop. Além de Edgar Ricardo de Oliveira, Ezequias Souza Ribeiro, de 27 anos, foi o responsável pelo crime, que aconteceu enquanto eles estavam jogando e perdendo uma quantidade significativa de dinheiro.
Após serem alvos de piadas, eles foram embora em uma caminhonete branca e retornaram armados com uma pistola .380 e uma espingarda calibre 12. Depois de colocarem as vítimas contra a parede, eles efetuaram os disparos.
Quando a polícia chegou, seis pessoas já estavam mortas. A outra vítima, ainda viva, recebeu os primeiros-socorros do Corpo de Bombeiros e foi encaminhada ao hospital regional, mas não resistiu aos ferimentos.
Na quarta (22), a Polícia Militar apreendeu a caminhonete, as armas e as munições utilizadas no crime. Ribeiro foi morto ao entrar em confronto com os policiais em uma área de mata, enquanto Oliveira foi preso em uma residência no bairro Jardim Califórnia.