O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre a necessidade de regulamentação das redes sociais ao grupo Socialista e Democrata do Parlamento Europeu, em Bruxelas. O petista está em viagem por países europeus e foi recebido pelo presidente da França, Emmanuel Macron.
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Lula fala sobre as redes
Entrevista foi realizada durante a passagem dele pela Bélgica, no início da semana, quando discursou ao poder Legislativo da União Europeia.
Ao citar que o Brasil tem um presidente “que conta cinco mentiras por dia nas redes sociais”, o petista defendeu que o país tem a necessidade de viver mais “democraticamente”.
“Vamos ter que regulamentar as redes sociais, regular a internet, colocar um parâmetro. Uma coisa é você utilizar os meios de comunicação para informar, educar. Outra coisa é para fazer maldade, para contar mentiras, causar mal à sociedade”, disse.
Ex-presidente também deixou claro que pretende cobrar a responsabilidade fiscal das plataformas digitais.
“Você tem o pessoal que são os donos dos aplicativos do mundo todo não pagando imposto, estão quase todos em paraísos fiscais. Ganham uma fortuna e não pagam sequer imposto em nenhum estado. Essa gente tem que ter responsabilidade. A esquerda não tem que ter medo de debater esses temas, por mais difíceis que eles pareçam”.
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Lula na Espanha
Bem humorado, Lula empolgou o público no seminário “cooperação multilateral e recuperação regional pós-Covid 19″, nesta quinta-feira, 18, na Espanha.
O ex-presidente focou seu discurso na desigualdade.
Perguntou: “Qual o novo normal da sociedade no pós-pandemia?”, citando a fome e os movimentos migratórios como fenômenos que precisam ser encarados pelos governos.
“A verdade é que o mundo já estava doente antes da pandemia do coronavírus”, disse. “E essa doença tem um nome e também mata: chama-se desigualdade”.
Citou dados que reforçam o acúmulo de recursos financeiros na mão de poucos em detrimento da maioria.
“Na pandemia os ricos ficaram mais ricos e vai demorar quase duas décadas para retormar o estrago nas camadas menos favorecidas. Enquanto homens brancos e ricos fazem turismo no espaço, outros continuam morrendo de fome, sem luz elétrica, sem saúde e educação”, disse.
Citando o trabalhadores por aplicativos, lembrou que “não se pode aceitar que alguém trabalhe 12, 14 ou até 18 horas por dia sem qualquer direito. Estamos normalizando a exploração e o sofrimento humano”, disse o ex-presidente.