Yochved Lifshitz (85), uma das reféns libertadas pelo Hamas nesta segunda (23), reclamou de “abandono” por parte de Israel e criticou militares israelenses. Ela, que ficou em um cativeiro do Hamas por 16 dias, foi libertada junto de Nurit Yitzhak (79) ontem.
“Fomos abandonados pelo governo três semanas antes. O Hamas nos educou, por assim dizer. De repente, no sábado de manhã, quando tudo estava quieto, eles nos bombardearam, depois enxames invadiram a cerca cara, abriram as portas do Kibutz, foi muito desagradável”, afirmou em entrevista à CNN.
Ela diz que as Forças de Defesa de Israel (FDI) não levaram “a sério” as ameaças do Hamas e disse que os reféns eram “bodes expiatórios do governo”.
Segundo o Hamas, a libertação de Lifshitz e de Yitzhak foi motivada por “razões humanitárias urgentes” e ocorreu graças à mediação do Catar e do Egito. Segundo o grupo, houve uma tentativa de libertá-las na sexta (20) mas o governo israelense não quis recebê-las.
Yochved diz que “passou pelo inferno” ao ser sequestrada pelo Hamas e diz que foi agredida no período. Ela também conta que não sabe onde estava enquanto era mantida refém, mas descreve o cenário:
“Eles nos levaram até a entrada dos túneis. Chegamos no túnel e caminhamos quilômetros em piso molhado sujeira. Há um sistema gigante de túneis, como teias de aranha. Deitamos em colchões, eles garantiram que tudo estava higiênico, que não ficaríamos doentes e tínhamos um médico conosco a cada dois ou três dias”.
Os reféns eram alimentados com pão pitta com queijo branco, queijo processado e pepino, mesma comida consumida pelos membros do Hamas.
O grupo sequestrou mais de 200 pessoas durante o ataque do último dia 7 a Israel. A maioria dos reféns é israelense, mas há pessoas dos Estados Unidos, Reino Unido, Ucrânia, Itália e Brasil entre eles.