Neste domingo (3), o jornalista Reinaldo Azevedo, escreveu ao portal UOL um artigo baseado no encontro de Sergio Moro com Eduardo Leite. Falando sobre a democracia, ele chega a afirmar que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff foi um erro.
Utilizando um parágrafo publicado pelo Globo, Azevedo tece críticas e considerações acerca da opção da “terceira via” nas eleições deste ano. “Eis aí: ‘salvacionismo’. Essa palavra poderia definir as articulações até aqui da chamada “terceira via”, aí sem exceção. Os que se apresentam como alternativa ainda estão no estágio da deslegitimação das duas candidaturas que estão na liderança e que expressam, no momento, a vontade de 70% do eleitorado — destacando-se que a diferença entre Lula e Bolsonaro é gigantesca”, escreve.
No fim do artigo, Azevedo revela que, ao examinar documentos e denúncias sobre o Impeachment de Dilma, chegou à conclusão de que o crime não existiu. “Dilma foi impichada sob a alegação de ter cometido pedalada fiscal. A propósito: reexaminei documentos e denúncia. Seu governo era muito ruim. Mas o crime não existiu, e o impeachment, que também defendi, foi um erro”.
Um dos pioneiros do antipetismo, autor de “País dos Petralhas” 1 e 2, Azevedo apoiou o golpe contra a ex-presidente, em 2016, e em 2019 afirmou que ela caiu “politicamente”.
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Reinaldo Azevedo e a terceira via
Azevedo segue argumentando que acha “essencialmente imoral que postulantes a terceira via não digam com clareza inconfundível, sem chance para leituras laterais, que Bolsonaro representa um risco para a democracia, e Lula não”.
Ele segue defendendo achar “imperdoável” que os eleitores não façam a distinção entre Lula e Bolsonaro.
“Lula foi preso em razão de uma condenação sem provas. Ficou 580 dias na cadeia. Candidato à Presidência, está dialogando com quem ajudou a depor o seu partido e mesmo apoiou a Lava Jato, que o levou injustamente à prisão. É imperdoável que os postulantes à ‘terceira via’ não estabeleçam uma hierarquia moral que faça a devida distinção entre Lula e Bolsonaro no que respeita à defesa da democracia”.
Criticando o discurso que classifica quem escolhe Lula ou Bolsonaro como não sendo “brasileiro de bem”, o jornalista conclui: “Prestem atenção a esta conclusão: a conversa de postulantes da terceira via, nos termos em que vem sendo procesRsada, está se transformando numa variante de ‘discurso de ódio'”.