Um relatório elaborado pelo interventor do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, mostra imagens que detalham o tamanho da estrutura com a qual bolsonaristas golpistas contavam para permanecerem acampados em frente ao QG do Exército, em Brasília. O documento foi apresentado na sexta-feira (27) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Nas páginas do relatório é possível ver detalhes inéditos do funcionamento do acampamento que serviu de base para as manifestações golpistas do dia 8 de janeiro, protagonizadas por militantes de extrema-direita que não aceitam o resultado democrático das urnas. A estrutura do local contava com itens como painéis solares para fornecer energia e rede de internet Wi-Fi. “Uma verdadeira mini-cidade golpista e terrorista”, afirmou Cappelli.
Os bolsonaristas contavam até com um gerador próprio de energia, que foi instalado em cima de uma caminhonete. Tinham também uma “estação” de carregamento de celulares, além de banho quente, restaurantes em que as refeições eram servidas gratuitamente, inúmeros banheiros químicos, uma central de doações e achados e perdidos. “Haviam estruturas montadas para apoio de refeições e carro de som para disseminação de informações e coordenação dos manifestantes, evidenciando que o acampamento, desde sua instalação, foi elemento crucial para o desenvolvimento das ações de perturbação da ordem pública que culminaram nos atos do dia 08 de janeiro de 2023”, afirma um trecho do relatório feito por Cappelli.
A Polícia Federal atua em algumas linhas de investigação sobre os atos. Uma delas é para descobrir quem eram os financiadores e os agentes públicos que ajudaram a manter a estrutura, que começou a ser montada na semana seguinte à eleição, ainda em novembro de 2022.