O perfil Iconografia da História, administrado por Joel Paviotti, fez uma thread no X (antigo Twitter) para relembrar “como Silvio Santos usou todo seu talento como comunicador para escapar de um sequestro, em cárcere privado, na própria mansão”. Acompanhe:
Em agosto e setembro de 2001, Silvio Santos e sua família passaram por momentos de extrema tensão que marcaram a vida do apresentador e empresário.
No dia 30 de agosto de 2001, Silvio Santos teve sua casa invadida e passou quase oito horas como refém de Fernando Dutra Pinto.
Dias antes, o mesmo criminoso havia liderado a quadrilha que sequestrou Patrícia Abravanel, filha de Silvio Santos. Ela foi libertada no dia 28 de agosto, após o pagamento de um resgate.
Na época, Fernando tinha 22 anos e trabalhava como empacotador em um supermercado. De acordo com seu depoimento, ele viu no sequestro a possibilidade de melhorar sua vida financeira. Ele vendeu um terreno e financiou três pistolas, uma metralhadora e muita munição.
Fernando providenciou documentos falsos e alugou uma casa que serviria de cativeiro para a filha do dono do SBT. Seu irmão, Esdra Dutra Pinto, concordou em participar do plano. A dupla passou dois meses vigiando a casa de Silvio Santos.
Na manhã do dia 14 de agosto, vestido com um uniforme de carteiro, Fernando rendeu o vigia e sequestrou Patrícia. Ela foi libertada uma semana depois, após o pagamento de 500 mil reais de resgate. Fernando conseguiu escapar do cerco policial montado para capturá-lo.
Foragido da polícia, dois dias após libertar Patrícia Abravanel, o sequestrador invadiu a casa de Silvio Santos e o manteve como refém. Era por volta das 9h da manhã quando ele cortou o fio que alimentava a segurança elétrica e entrou na propriedade.
Como Silvio Santos usou todo seu talento como comunicador para escapar de um sequestro, em cárcere privado, na própria mansão.
Segue ?? pic.twitter.com/gQjjhyA07l— Joel Paviotti (Iconografia da História) (@IconografiaDH) August 17, 2024
Dutra Pinto permitiu que as mulheres da casa saíssem e manteve apenas Silvio Santos como refém. Segundo seu depoimento, sua ação tinha o objetivo de pedir ajuda ao dono do SBT, já que sua família estava sendo ameaçada depois que ele e o irmão sequestraram Patrícia.
Conforme entrevista que deu ao jornalista Elias Awad, Silvio Santos manteve o sequestrador calmo durante todo o período em que esteve com ele, chegando a lhe oferecer um advogado e um emprego após o cumprimento da pena.
O sequestro de um dos apresentadores mais populares da TV mobilizou toda a imprensa e fez com que as pessoas parassem em frente à televisão para acompanhar o desenrolar dos acontecimentos.
A polícia cercou a casa e levou a irmã de Fernando para tentar convencê-lo a se entregar. Muito nervoso, o rapaz foi tranquilizado por Silvio Santos. Ele chegou a receber atendimento, pois havia se ferido durante a fuga após o encerramento do sequestro de Patrícia.
As negociações se encerraram quando o governador Alckmin chegou ao local para garantir que Fernando Dutra Pinto seria preso sem sofrer nenhum tipo de violência policial, já que ele era acusado de ter matado dois policiais enquanto fugia após libertar a filha do apresentador.
A ação de Fernando durou quase oito horas, até que ele finalmente se entregou e foi preso. Silvio Santos saiu ileso do cárcere e mostrou-se tranquilo, sendo capaz de manter a calma e de acalmar seu algoz.
Toda essa ação exigiu um poder de comunicação que, na época, somente Silvio Santos possuía no Brasil. Fernando Dutra Pinto morreu na prisão em janeiro do ano seguinte. De acordo com o laudo médico, a causa da morte foi uma infecção provocada por ferimentos.