A repórter Bruna Drews não trabalha desde julho e não tem a menor perspectiva de voltar ao batente. Só tem certeza de que não será mais como jornalista. Em denúncia formal ao Ministério Público, ela acusou José Luiz Datena, com quem trabalhou nos últimos quatro anos, de tê-la assediado sexualmente, conforme publicou ontem (18), em primeira mão, o Notícias da TV.
Bruna, 35 anos, já vinha tendo crises de pânico e depressão desde 2017, por causa de ameaças que recebia de bandidos e da pressão do trabalho no Brasil Urgente, da Band. As palavras de Datena, no entanto, mudaram sua vida, segundo ela. “Depois do assédio, caí totalmente. Eu pensei: Caramba, estou trabalhando com um cara que não me vê como profissional, mas como um pedaço de carne”, diz.
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Em representação protocolada no Ministério Público, Bruna afirma que o titular do Brasil Urgente teria lhe dito, na frente de algumas testemunhas, que ela não precisava emagrecer porque já “era muito gostosa”, que diversas vezes teria se masturbado pensando nela e que achava “um desperdício” a profissional “namorar uma mulher”.
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Bruna, que ainda é funcionária da Band (ela está afastada para tratamento médico), já decidiu mudar de profissão. “Não quero mais ser jornalista. Me dói falar isso, mas todo o carinho que tive trabalhando na Record [como repórter de Gugu Liberato], tive o contrário na Band. Esses quatro anos destruíram minha carreira”.
A jornalista ainda não sabe o que irá fazer. “Primeiro, eu pretendo me recuperar da saúde. Perdi 13 quilos, cheguei a pesar 49, quase fui internada porque não conseguia comer. Ainda não consegui parar para pensar no que vou fazer no futuro”, afirma.