Publicado originalmente na Rede Brasil Atual:
Por Catarina Barbosa
A ex-presidenta Dilma Roussef (PT) disse, em live neste domingo (7), que o evento do #8M de 2021, que marca o Dia Internacional das Mulheres, será lembrado, sobretudo, por ser um momento em que o neoliberalismo prova que não é a resposta para os problemas da sociedade.
“O neoliberalismo não tem respostas para as crises que não seja o aumento das desigualdades sociais, de gênero e étnicas produzindo imensa injustiça”, disse Dilma.
“No Brasil, este oito de março nos faz refletir sobre o que as mulheres estão perdendo depois de tudo o que conquistamos em 13 anos de governos progressistas. No período em que governamos enfrentamos exclusões de classe, de gênero e étnicas”.
A ex-presidenta lembrou ainda que nesse período, o Brasil teve não só um operário como presidente, mas uma mulher no cargo mais alto do executivo do país. O período foi também momento de valorização da força feminina.
“As mulheres alcançaram posições de poder, alcançaram ministérios, dirigiram bancos e grandes empresas, foram protagonistas, deram suporte através das políticas que transformaram as mulheres cada vez mais em donas de suas vidas e senhoras dos seus destinos”.
Léo Ribas, coordenadora da Liga Brasileira de Lésbicas, lembrou que a pandemia aumentou ainda mais a criminalização da vida das mulheres.
“Esse governo genocida tem nos exposto a políticas de morte. Repostas a um vírus sem controle, a violências, estupros coletivos, feminicídio e genocídios, respostas a vulnerabilidade social, sem auxílio emergencial decente, sem vacina e sem um governo que olhe com seriedade para as nossas vidas”.
Ato contra Bolsonaro
Neste domingo (7), diversas entidades, partidos, movimentos e organizações feministas e progressistas do país se uniram em um grande ato virtual reivindicando a saída do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) da Presidência da República, vacina para toda a população brasileira, o retorno do auxílio emergencial e também o fim da violência contra as mulheres.
“Nossas vidas estão ameaçadas por um projeto de morte, comandado por Bolsonaro e que conta com a cumplicidade e apoio de fundamentalistas e setores conservadores dos poderes jurídico, parlamentar e da grande mídia à serviço do capital nacional e internacional”, diz um trecho do documento.
As participantes abordaram temas como o esgotamento físico e mental das mulheres (agravado ainda mais com a pandemia); os ataques e violências vivenciados cotidianamente, assim como a conjuntura política e social do país que acirra ainda mais as desigualdades.
“Fora, Bolsonaro! Vacina para toda a população! Auxílio emergencial já! Pelo fim da violência contra as mulheres!”, é o tema do ato em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS); que exige vacinação para toda a população para conter a pandemia de covid-19, a legalização do aborto; revogação da Lei da Alienação Parental; revogação da EC 95, conhecida como “teto de gastos”, auxílio emergencial até o fim da pandemia e a derrubada dos vetos presidenciais à Lei Assis Carvalho por apoio à produção de alimentos saudáveis, fomento e crédito emergencial para a agricultura familiar.