O caso de Jéssica Canedo, que tirou a própria vida após ser atacada nas redes sociais por especulações de que teria algum envolvimento amoroso com o youtuber Whindersson Nunes, teve uma reviravolta nesta quarta (6). A notícia falsa foi espalhada por páginas de fofoca como “Choquei” e “Garotx do Blog”, mas a Polícia Civil de Minas Gerais descobriu quem foi o principal responsável por disseminar a fake news.
Segundo o delegado Felipe Oliveira Monteiro, a jovem foi a responsável por espalhar a mentira. A Polícia Civil identificou que Jéssica criou prints de uma conversa falsa com o humorista e enviou a perfis de fofoca nas redes sociais, que espalharam as imagens manipuladas.
“Durante as investigações foi apurado e concluído que todas as fofocas veiculadas pelas páginas foram criadas e divulgadas pela própria jovem. Ela fez toda a montagem e divulgou para as páginas de notícias sobre o seu relacionamento com o humorista”, afirmou o delegado.
Investigadores ainda encontraram três perfis falsos criados por Jéssica que foram usados para entrar em contato com as páginas e entregar os prints manipulados. Após a repercussão das imagens, a jovem passou a ser atacada nas redes e confirmou que estava conversando com o humorista, mas alegou que o conteúdo estaria sendo distorcido nas redes. Posteriormente, ela e Whindersson negaram as conversas.
Ela chegou a gravar um vídeo pedindo para que usuários das redes sociais parassem de atacá-la, mas acabou tirando a própria vida. Jéssica sofria de depressão, segundo a família.
Uma jovem de 18 anos de Rio das Ostras (RJ) foi indiciada por indução ao suicídio contra Jéssica. As páginas “Choquei” e “Garotx do Blog”, que foram criticadas após a morte da jovem, não serão indiciadas. Segundo o delegado, os donos dos perfis não serão responsabilizados porque a disseminação de fake news ainda não é crime no Brasil.