Suspenso pelo Papa Francisco após ter filho com uma fiel de sua paróquia, o padre influenciador Marcos de Miranda (47) foi contratado pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Ele foi demitido a Igreja Católica por unanimidade em março deste ano e nomeado como chefe de gabinete da subprefeitura do Jaçanã, em São Paulo (SP), antes mesmo da decisão final da instituição.
O processo eclesiástico durou mais de três anos e só foi encerrado após determinações judiciais. Inicialmente, o caso foi investigado pela Diocese de Santo Amaro, mas acabou parando posteriormente no Vaticano.
Em novembro de 2022, um exame de paternidade foi determinado pela Justiça e comprovou que ele é pai do filho de Rosi Silva, uma antiga fiel da Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, onde Miranda era o pároco. A 7ª Vara da Família e Sucessões de São Paulo decidiu, em março de 2021, que ele pagasse uma pensão alimentícia à criança, que atualmente tem 5 anos, por recusa em fazer o teste de DNA.
Rosi usou como provas da relação amorosa entre eles uma série de mensagens, que foram incluídas no processo. A mulher chegou a receber ameaças anônimas por telefone que pediam que ela retirasse o processo.
Miranda foi tecnicamente afastado de suas atividades em 2021, mas continuou no púlpito do Santuário Mãe de Misericórdia, na Zona Sul de São Paulo, e pedindo doações, mesmo ser usar estola e ouvir confissões. Um ano antes de ter sido desligado oficialmente da Igreja Católica, em 19 de maio de 2023, ele foi nomeado chefe de gabinete da subprefeitura do Jaçanã, Zona Norte de São Paulo.
Seu salário no cargo é de R$ 19.882,84 mensais. Segundo a revista Piauí, pessoas próximas ao padre afirmam que ele recebeu ajuda do vereador e radialista Eli Corrêa (União), que é próximo ao prefeito da capital paulista.
Apesar da intervenção do vereador, Miranda é próximo de Nunes e já recebeu o prefeito em seu púlpito em algumas ocasiões. Em 2016, o religioso e outros sete padres foram investigados pelo Ministério Público Eleitoral por propaganda antecipada ao candidato a vereador e cantor católico Tiago Silva (PRB), que não foi eleito.