Rival de Aprígio, baleado em Taboão, é aliado de prefeito suspeito de elo com PCC

Atualizado em 19 de outubro de 2024 às 10:45
O prefeito de Embu das Artes, Ney Santos (Republicanos): ele é o principal padrinho do adversário de José Aprígio, baleado nesta sexta (18). Foto: reprodução

A eleição em Taboão da Serra (SP), onde o prefeito José Aprígio da Silva (Podemos) foi baleado na última sexta-feira (18), tem como um dos principais pontos de debate a influência de Ney Santos (Republicanos), prefeito de Embu das Artes e conhecido por seu histórico de acusações de envolvimento com o PCC (Primeiro Comando da Capital).

Ney Santos, que já teve seu mandato cassado pela Justiça e chegou a ser preso, é o maior apoiador de Engenheiro Daniel (União Brasil), rival de Aprígio no segundo turno.

Daniel, que foi secretário de Obras em Embu durante a gestão de Ney Santos, tem sua ligação com o prefeito de Embu frequentemente mencionada por Aprígio em sua campanha. O atual prefeito de Taboão alerta que uma vitória de Daniel poderia significar o controle de Taboão da Serra por Ney Santos.

Na quinta-feira (17), um dia antes do ataque, Ney Santos publicou um vídeo em que fez duras críticas a Aprígio, chamando-o de “o pior prefeito da região” e afirmando que ele seria “linchado na rua” devido à sua administração.

Após o atentado, alguns aliados de Aprígio mencionaram a possível participação do PCC no ataque, mas destacaram que ainda é cedo para tirar conclusões definitivas. As investigações policiais continuam em andamento.

O atentado

O ataque aconteceu quando Aprígio voltava de um evento de campanha em seu carro blindado, acompanhado de três pessoas. Ele foi atingido por um tiro no ombro esquerdo enquanto estava na Avenida Aprígio Bezerra da Silva. Um veículo se aproximou e disparou diversas vezes, conseguindo perfurar a blindagem. O prefeito foi o único ferido no incidente.

Segundo o secretário de Comunicação de Taboão da Serra, Arnoldo Landiva, o prefeito foi levado inicialmente para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e depois transferido para o Hospital Albert Einstein, na capital paulista. Ele estava consciente e seu estado de saúde era “estável” no momento da transferência, de acordo com comunicado da prefeitura.

Na tarde de sexta-feira, a Polícia Militar de São Paulo localizou um carro suspeito de ter sido usado no ataque. O veículo, um Nissan March vermelho, foi encontrado abandonado e incendiado no Rodoanel, na altura do quilômetro 21. No interior do carro foram achadas munições, o que fortalece a suspeita de que o veículo foi utilizado pelos criminosos.

“A probabilidade é quase que total (de ser o carro utilizado pelos criminosos). Já estamos com a perícia técnica no local. O veículo vai ser depois conduzido para cá”, afirmou o delegado Hélio Bressan, da Delegacia Seccional de Taboão da Serra, durante uma coletiva de imprensa.

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