Nesta segunda-feira (23), o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, divulgou planos de intensificar as operações federais no Rio de Janeiro, em resposta aos ataques que resultaram na queima de pelo menos 35 ônibus e um trem na zona oeste da capital fluminense.
“Estamos mantendo e ampliando operações diárias no Rio, no que se refere à competência federal, com realização de prisões, investigações, patrulhamento e apreensões. Vamos aumentar mais ainda as equipes federais, em apoio ao Estado e ao Município. Em um sistema federativo, temos que respeitar os demais entes da Federação e buscar ações convergentes, o máximo quanto possível”, afirmou Dino.
Ele também destacou que essa abordagem já foi aplicada em outros estados que enfrentaram desafios na segurança durante o ano de 2023. Novas decisões estão sendo planejadas nos próximos dias sob a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Dino informou que o secretário executivo do ministério, Ricardo Cappelli, o secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, e o comandante da Força Nacional, coronel Alencar, se reunirão no Rio com as superintendências da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.
Amanhã estarão no Rio o Secretário Executivo Ricardo Cappelli; o Secretário Nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar; e o Comandante da Força Nacional, coronel Alencar. Irão reunir com as nossas Superintendências da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Também com…
— Flávio Dino ?? (@FlavioDino) October 24, 2023
Segundo informações da Polícia Civil, os ataques foram realizados por um grupo de milicianos em retaliação à morte de Matheus da Silva Resende, de 24 anos, vice-líder da quadrilha. Ele foi morto em um confronto com policiais civis em uma favela de Santa Cruz, bairro da zona oeste.
Matheus da Silva Resende, conhecido como Teteu ou Faustão, era sobrinho de Luis Antônio da Silva Braga, também conhecido como Zinho, que lidera o principal grupo miliciano atuante no Rio desde 2021. Faustão ocupava a segunda posição na hierarquia desse grupo, de acordo com a polícia.
Os ataques acontecem em um momento em que a Força Nacional de Segurança Pública, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal foram enviadas ao Rio de Janeiro para apoiar as forças locais em meio a um aumento da criminalidade.
De acordo com fontes do governo do Estado, a possibilidade de envolver as Forças Armadas no combate ao crime no Rio também está sendo discutida com o governo federal.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), relatou que 12 pessoas foram detidas por envolvimento em “ações terroristas” após os incêndios e anunciou que elas serão encaminhadas para presídios federais.