Atualização: corre nesta segunda a informação de que a Fifa poderia punir Robben por encenação.
Ladies & Gentlemen:
Um escritor afirmou que o pior pecado depois do pecado é a publicação do pecado.
Foi o que ocorreu hoje com Robben, o atacante holândes.
Depois de uma série infindável de mergulhos para simular pênaltis, ele admitiu a uma tevê holandesa que pelo menos uma vez tentou enganar o árbitro.
Diante da repercussão dessa confissão desconcertante, ele emendou posteriormente que não foi o caso do pênalti que afinal classificou a Holanda.
Neste caso, segundo ele, foi mesmo pênalti – uma afirmação que as imagens colocam claramente sob dúvida. O zagueiro mexicano teria pisado no seu pé, segundo os crédulos. Ora, isto tivesse mesmo ocorrido, o pé pisado, e portanto preso, impediria o voo de Robben. Elementar.
Ladies & Gentlemen: minha tia Mimi dizia, de um certo ator, que era muito bom apesar de careca. (Nota da tradutora: in spite of being bald.)
Sigo tia Mimi e digo que Robben é um grande jogador, apesar de careca.
Mas é também um fanfarrão. Assim como Suárez é um mordedor serial, Robben é um mergulhador serial, compulsivo.
Também como Suárez, é um caso psiquiátrico, mais que futebolístico. Ele sabe que age errado, e mesmo assim não consegue se corrigir.
Nós, europeus, conhecemos bem essa característica detestável de Robben. Não é a primeira vez que ele se desculpa publicamente por trapacear.
O que espanta é que o juiz tenha caído na armadilha de Robben. Não teria informações suficientes sobre ele? É possível.
O técnico mexicano tem razão: Robben já deveria ter recebido cartão amarelo pelas simulações antes do lance fatal. Dificilmente ele teria dado aquele último mergulho que eliminou o bravo México.
Suarez foi punido. E Robben, réu confesso, não deveria ser também?
Tenho certeza de que não será. E sei a razão: ele não é uruguaio, ou sul-americano, ou africano.
É europeu.
Sincerely.
Scott
Tradução: Erika Kazumi Nakamura