Desde a noite de quarta, dia 22, a versão online da Veja exibe na seção das mais lidas uma matéria de seis anos atrás.
“Com presença de Temer, PMDB oficializa apoio a Haddad”, é o título.
“Vice presidente negou barganha de cargos para selar aliança em São Paulo” é o subtítulo.
Quando o sujeito clica, e só então, aparece a data de 11 de outubro de 2012.
“O PMDB do candidato derrotado Gabriel Chalita finalmente oficializou, nesta quinta-feira, o apoio ao petista Fernando Haddad, que disputa o segundo turno das eleições em São Paulo contra o tucano José Serra”, diz o texto.
“O vice-presidente da República, Michel Temer, presidente licenciado do PMDB, compareceu à reunião do partido na capital paulista por volta das 13 horas, onde abriu o pronunciamento ao lado de Chalita e Haddad”.
Etc.
Só por um instante imagine o que uma “notícia” dessas, nesse período da campanha, poderia provocar num público que espuma de ódio só de ouvir falar no nome de petistas.
Michel Temer é o aliado que todos querem para seus adversários.
O que uma reportagem de 2012 atrás está fazendo no topo das mais acessadas?
Pode ser ação de robôs da internet a soldo de um dos candidatos.
Nesse caso, a Veja deveria alertar os leitores que aquela informação está sendo tirada da tumba por oportunismo.
Não o faz porque se trata de Fernando Haddad.
Resta ainda como explicação a pura e simples canalhice.
Como se sabe, o que a Veja produz com relação a seus “inimigos” há tempos pode ser chamado de qualquer coisa, menos de jornalismo.
Descer mais um degrau não é difícil.