Rodrigo Garcia e a cúpula do PSDB em São Paulo não gostaram da entrevista Alexandre Leite para Folha de S. Paulo. Todos entenderam como uma tentativa de pressão. E, na opinião deles, não há necessidade para isso. Isto porque o partido tem boa relação com o DEM.
O deputado federal declarou na quarta (22) que o DEM, que vai se fundir com o PSL, só apoiará Garcia em 2022 se a sigla tiver um nome como vice. Essa é a principal condição para ocorrer uma coligação.
“Estamos construindo o maior partido do Brasil não só para as eleições, mas também para depois. No caso de São Paulo, vamos precisar do apoio de um candidato a governador que consiga puxar essa chapa. Vamos fazer nossas reivindicações, com certeza o espaço de vice-governador é inegociável. Para um partido desse porte, é inegociável”, avisou.
A tendência era que o cargo de vice fosse oferecido ao DEM. Só que o PSDB iria aguardar mais um tempo. O objetivo seria analisar todos os cenários para não cometer nenhum tipo de erro. Agora com o comportamento da sigla, os tucanos se incomodaram.
O que mais deixou a cúpula com um pé atrás foi a sugestão do vice ser Milton Leite, pai de Alexandre. Alguns diretores do partido em São Paulo enxergaram isso como uma tentativa de benefício pessoal.
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Rodrigo Garcia coloca panos quentes
O vice-governador se irritou com a entrevista de Alexandre, mas preferiu agir com a bandeira branca levantada. Ele era filiado da sigla até pouco tempo e tem boas relações lá dentro. Sabendo que Geraldo Alckmin pode ser seu adversário em 2022, o político não quer entregar o DEM-PSL para o concorrente.
Por causa disso, ele resolveu engolir a entrevista em seco e pediu aos seus aliados não tomarem nenhuma atitude impensada e individual. Até porque, como dito acima, tudo já levava a crer que o cargo de vice seria oferecido ao DEM.
No meio disso tudo, quem não quis se envolver foi João Dória. Toda articulação para o governo de SP ele deixou nas mãos do vice. Seu foco agora são as prévias presidenciais do PSDB.