O ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (PSDB) pediu demissão do governo de São Paulo nesta quarta-feira (5), depois de o atual governador Rodrigo Garcia (PSDB), que já está fora da disputa pelo estado nas eleições deste ano, anunciar apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno.
Maia chegou ao Palácio dos Bandeirantes durante a gestão do ex-governador João Doria, em 2021, como secretário de Ações Estratégicas. Ele é o primeiro membro da equipe a anunciar sua saída após o posicionamento de Garcia.
O tucano ensaia uma aproximação com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com quem teve uma reunião na terça-feira (4), segundo o Estadão.
Além de Maia, Laura Machado (Desenvolvimento Social) e Zeina Latif (Desenvolvimento Econômico) também deixaram seus postos nesta quarta-feira (5). O ex-deputado anunciou a saída do governo nas redes sociais. Garcia já nomeou novos secretários para os cargos.
Informo que na data de hoje deixo a Secretaria de Projetos e Ações Estratégicas do governo de São Paulo. Agradeço aos governadores João Doria e Rodrigo Garcia pela oportunidade.
— Rodrigo Maia (@RodrigoMaia) October 5, 2022
De acordo com o Estadão, o apoio do governador a Bolsonaro gerou uma crise e outros secretários do governo de São Paulo ameaçam uma debandada. Eles dizem ter sido pegos de surpresa e que Garcia avisou o partido de última hora sobre sua decisão.
Até mesmo o diretório estadual do PSDB se surpreendeu com a escolha de Garcia. Quadros históricos do partido, como Aloysio Nunes, reagiram mal. Nunes disse ao jornal que o apoio a Bolsonaro “é uma vergonha, é o fim do mundo”.
Derrotado no primeiro turno em sua tentativa de reeleição, Garcia também anunciou apoio a Tarcísio de Freitas (Republicanos), que disputará o segundo turno contra o ex-prefeito paulista Fernando Haddad (PT).
O secretário-geral do PSDB de São Paulo, Carlos Balota, afirmou que o partido não foi procurado pelo governador e disse que a legenda no estado ainda irá se reunir para tomar uma decisão oficial sobre a posição do partido em São Paulo.
O PSDB liberou os diretórios estaduais e filiados no 2° turno das eleições para decidir entre Lula e Bolsonaro. O ex-deputado federal Alexandre Frota anunciou desfiliação do partido e declarou apoio a Lula.