O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o presidente do país, Jair Bolsonaro (sem partido), voltaram a ser alvo de um novo “linchamento” virtual nesta terça-feira (5), após o chefe da Saúde se esquivar – novamente – de estabelecer datas para a imunização em massa da população contra a Covid-19 diante de governadores. Enquanto cerca de 14 milhões de pessoas já receberam doses da vacina em pelo menos outros 50 países, segundo dados da organização Our World In Data, o Brasil segue sem vacina ou cronograma.
Para o vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA) a dupla continua a seguir um “roteiro insano”, apesar do avanço da vacinação contra a Covid-19 em todo o globo. O Parlamentar voltou a defender o imediato afastamento de Bolsonaro diante da omissão com a doença e o descaso com os brasileiros.
“Talvez tenhamos que aguentar mesmo até o final de 2022, prazo limite para esse desastre em nossa história. Mas para que o Brasil tenha saúde é necessário afastá-lo logo. Impeachment já!”, reforçou Jerry em suas redes sociais.
Vocação do presidente
Depois do ex-capitão do Exército declarar, em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, também nesta terça, que “o Brasil está quebrado” e que não “consegue fazer nada”, o líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ) recorreu ao antigo hábito do presidente para comentar a real aptidão do mandatário.
“O presidente assume sua própria incompetência em meio a uma crise brutal. Se era pra assumir o cargo e depois dizer que não sabe o que fazer, melhor teria sido ele continuar dormindo no fundo do plenário da Câmara…”
Miséria e vergonha
Voz emblemática do PSOL na Casa, Marcelo Freixo (RJ) preferiu recorrer a amostras quantificadas da incompetência do líder nacional. “Voltamos à vergonhosa marca de 40 MILHÕES de brasileiros na miséria, passando fome, tragédia que se agravará com o fim do auxílio. Esse é o resultado de termos um presidente assumidamente imprestável. Seguimos lutando no Congresso pela renda básica permanente.
#RenunciaBolsonaro”, pediu.
A mesma hashtag foi usada pelo colega de bancada Ivan Valente (PSOL-SP). “Bolsonaro adorava encher a boca pra chamar os outros de vagabundo, agora admite a total incapacidade para governar. Só existe uma maneira de esse parasita ajudar o Brasil: #RenunciaBolsonaro”, declarou.
”Não há presidente”
O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) preferiu fazer uma lista das inabilidades já comprovadas do chefe de Estado brasileiro. “Não tem plano para sair da crise, não tem combate à pandemia, não tem vacina, nem emprego, nem auxílio emergencial. E agora, finalmente o presidente assumiu, não há governo, não há presidente! O povo brasileiro não merece esse descaso!”.
A deputada Tabata Amaral (PTD-SP) reforçou o papel que vem sendo desempenhado pela Câmara e pelo Senado. “Bolsonaro nunca esteve à altura do cargo que ocupa e sua incompetência agravou a crise. Diante de um Executivo perdido, é o Legislativo quem vem tomando as rédeas. Mais do que nunca, devemos prezar por um Congresso independente, comprometido com a democracia e com os brasileiros!”, declarou, fazendo menção indireta à presidência da Casa, que será disputada no início de fevereiro.
Incompetente
Candidato à prefeitura de São Paulo nas últimas eleições, Jilmar Tatto (PT) foi sucinto, mas direto ao ponto. “Despreparado e incompetente! Renuncia que ainda dá pra salvar dois anos! #RenunciaBolsonaro”.
Ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede-AC) se juntou ao coro. “Bolsonaro confessa o seu grau de incompetência e mantém o Brasil desgovernado ladeira abaixo. Se faz de vítima para tentar se ausentar das suas responsabilidades como presidente. Se não dá conta do recado, pede pra sair. #RenunciaBolsonaro”.
Covid-19 segue em expansão
De acordo com dados do Imperial College de Londres divulgados nesta terça, a taxa de transmissão da Covid-19 no Brasil é de 1,04, o que indica que a epidemia segue em expansão no território nacional. Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), nas últimas 24 horas, o país registrou mais 1.248 mortes, fazendo-o superar a marca de 197.732 óbitos pela doença.
Entre segunda e terça-feira, o Brasil também registrou 58.679 novos casos da doença. Com isso, o total de diagnósticos positivos desde o início da pandemia chegou a 7.810.400