Rússia denuncia violação de acordo após Turquia devolver comandantes do Batalhão Azov à Ucrânia

Atualizado em 9 de julho de 2023 às 13:32
Zelenski ao lado dos comandantes ucranianos do Batalhão Azov, num avião rumo à Ucrânia

O Kremlin criticou o repatriamento pelo presidente ucraniano de vários comandantes ucranianos que deviam continuar na Turquia até ao fim do conflito.

A Ucrânia confirmou que conseguiu o retorno de comandantes do Batalhão Azov após “negociações com o lado turco”. Eles foram recebidos no aeroporto de Istambul pelo presidente Volodymyr Zelensky, que estava de visita à Turquia.

O Kremlin reagiu, criticando a repatriação desses elementos que deveriam permanecer na Turquia até ao fim do conflito mediante um acordo entre Moscou e Kiev.

Para assinalar os 500 dias de guerra, Volodymyr Zelesnkyy fez uma visita à Ilha da Serpente, um símbolo da resistência ucraniana face à invasão russa. Moscou capturou a ilha logo após a invasão. A forma como os soldados ucranianos responderam à tripulação do navio de guerra russo que exigia a sua rendição tornou-se viral.

As forças ucranianas reconquistaram a ilha em junho do ano passado.

Os líderes do regimento Azov estavam na Turquia desde setembro de 2022 sob a proteção do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que negociou sua libertação em uma troca de prisioneiros com a Rússia.

A mediação de Erdogan permitiu a libertação de 215 soldados ucranianos, quase todos capturados em Mariupol, em troca de 55 russos e ucranianos ligados ao Kremlin, incluindo Viktor Medvedchuk, um oligarca ucraniano próximo do presidente russo Vladimir Putin.

A Rússia capturou cerca de 2.500 soldados ucranianos em maio de 2022 na unidade siderúrgica de Mariupol e ainda tem cerca de 1.900 na sua posse. Embora se tenham rendido, a resistência de semanas desses soldados a um inimigo muito superior tornou-os num símbolo para a Ucrânia.

“Estamos retornando da Turquia e levando nossos heróis para casa”, afirmou o presidente ucraniano, que havia se reunido com o líder turco, Recep Tayyip Erdogan, em Istambul na sexta-feira.

“Soldados ucranianos Denys Prokopenko, Svyatoslav Palamar, Serhiy Volynsky, Oleh Khomenko, Denys Shleha. Eles finalmente estarão com seus parentes”, completou Zelenski.

Muitos ucranianos saudaram a notícia nas redes sociais. “Finalmente! A melhor notícia de todas. Parabéns aos nossos irmãos!”, afirmou no Telegram o major Maksym Zhorin, que luta no leste da Ucrânia.