Um grupo de acadêmicos russos e americanos tem se reunido secretamente há um ano e meio para discutir um meio para garantir a paz na Guerra da Ucrânia. Eles têm encontros periódicos e contam com conhecimento e anuência de Moscou e Washington.
Os especialistas já discutiram, por exemplo, temas como a neutralidade exigida pela Rússia de Kiev e o desejo de que o governo ucraniano não aderisse à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O grupo tem apresentado mais divergências do que consensos, mas membros relatam alguns avanços nos debates.
Segundo as conversas do grupo, o governo russo aceitaria um acordo para garantir que a soberania da Ucrânia sem que o país precisasse entrar na aliança. O grupo, no entanto, não conta com nenhuma autoridade ucraniana e nem tem poder de negociação.
O objetivo dos acadêmicos é discutir temas e visões de ambos os lados da guerra. A versão apresentada pelos russos é a de que o Kremlin vê o conflito como uma forma de combater o ocidente, liderado pelos Estados Unidos.
O grupo foi formado no período em que os russos estavam em condições precárias na guerra, tendo que abandonar a tentativa de conquistar Kiev e perdendo territórios importantes no norte e no sul da Ucrânia.
No início da guerra, russos e ucranianos chegaram a negociar uma paz por meio de Belarus e da Turquia, mas o documento inicial do acordo não foi aprovado. O texto previa limitar a capacidade militar da Ucrânia, sua neutralidade e o reconhecimento da anexação da Crimeia.