A região de Essequibo está situada na parte mais a oeste do território da Guiana e representa aproximadamente 70% do território do país. Com uma área de 159 mil km², o local possui uma reserva vasta de petróleo.
Em 2015, a descoberta de grandes reservas de petróleo na região impulsionou o crescimento econômico da Guiana. Estima-se que o país possua cerca de 11 bilhões de barris de petróleo, parte deles está localizada no mar, nas proximidades de Essequibo.
O território passou a ser cobiçado pela Venezuela, que alega ter direito sobre a região. Em 3 de dezembro, um plebiscito realizado pelo governo venezuelano para a anexação do território foi aprovado por 95% dos eleitores presentes. O local é chamado pelos venezuelanos de “Guiana Essequiba”.
Na última quinta-feira (7), os Estados Unidos anunciaram exercícios militares na Guiana, inclusive em Essequibo. No dia seguinte, o presidente venezuelano Nicolás Maduro assinou decretos para incorporar o território.
Em 1885, foram descobertas jazidas de ouro na região, situada na Floresta Amazônica e nos “Escudos das Guianas”, uma área exposta da crosta terrestre com minerais cristalinos e rochas antigas.
O local é rico em recursos minerais como ouro, bauxita e urânio. A região destaca-se também pela sua relevância como potencial hidrelétrico e pela abundância de recursos naturais, como produtos da floresta e petróleo no mar territorial.
Cerca de 80% dos habitantes que residem nesta área são indígenas originários desse território, segundo o censo do país.
A disputa territorial entre Venezuela e Guiana persiste há mais de um século, com Essequibo sob controle guianense desde o final do século 19.
A Guiana alega ser proprietária do território com base em um laudo de 1899, feito em Paris, que estabeleceu as fronteiras atuais. Na época, o país era um território do Reino Unido.
A Venezuela, por sua vez, afirma que a região lhe pertence com base em um acordo firmado em 1966 com o Reino Unido, antes da independência de Guiana. Nesse acordo, o laudo arbitral foi anulado e se estabeleceram bases para uma solução negociada.