O empresário Rogério Saladino, morto em um tiroteio no sábado (16), achou que a ação policial na porta de sua casa nos Jardins, na zona oeste de São Paulo, era “um golpe”.
Segundo a polícia, foi por essa razão que Saladino teria saído armado do imóvel e disparado contra a investigadora Milene Bagalho Estevam, de 39 anos. Um colega da investigadora revidou os tiros e atingiu o empresário.
O delegado Fábio Pinheiro Lopes, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), disse que Milene e seu colega estavam investigando um furto ocorrido no dia anterior em uma residência no bairro. A dupla estava pedindo imagens de câmeras de segurança aos vizinhos para auxiliar na investigação.
“Eles viram um motoqueiro entrar na casa do empresário e foram falar com ele. A Milene estava devidamente identificada e falou que precisava das imagens. O motoqueiro disse que não teria problema e que iria falar com o patrão”, afirmou o delegado.
Em seguida, as portas da mansão foram fechadas. “Esse motoqueiro falou com o empresário, que teria dito: ‘Não. Isso é golpe’. Ele teria, então, se municiado com duas armas de fogo [um calibre 45 e outra de calibre 380]”, acrescentou.
O empresário teria visto as imagens externas da casa e comentado que “isso é golpe mesmo”. “Ele pediu para o vigilante abrir o portão e ele já desferiu o tiro fatal na Milene. E continuou atirando: acertou no Uber que estava parado em frente e acertou no portão da casa da frente”, disse Lopes.
Na sequência, o parceiro de Milene reagiu e atirou em Saladino que, mesmo ferido, teria prosseguido com os tiros. O funcionário do empresário, o vigilante Alex James Gomes Mury, também morreu.
Durante o tiroteio, acontecia uma festa na mansão de Rogério Saladino. De acordo com as autoridades, várias drogas foram descobertas no quarto dele, incluindo haxixe, maconha e substâncias sintéticas.