O ex-juiz e pré-candidato à Presidência da República Sergio Moro recebeu cerca de R$ 200 mil por um parecer que emitiu em resposta a uma consulta do empresário israelense Beny Steinmetz, que teria um processo internacional bilionário contra a Vale. As informações são da Folha de S.Paulo.
O parecer de Moro é contrário aos interesses da mineradora brasileira e favorável aos do israelense e veio a público dias depois de o ex-juiz encerrar sua participação no governo Jair Bolsonaro, como ministro da Justiça.
A empresa de consultoria Alvarez & Marsal, administradora judicial do processo de recuperação da Odebrecht, anunciou menos de um mês depois da emissão desse parecer, a contratação de Moro para atuar na área de disputas e investigações.
A remuneração é alvo de investigação no Tribunal de Contas da União (TCU) por suspeita de conflito de interesse. Moro disse que divulgará os valores amanhã (28).
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Parecer de Moro contra a Vale
Moro elaborou um parecer contra a Vale encomendado pelo bilionário israelense Beny Steinmetz. O empresário, que é investigado por corrupção, entrou com uma ação para provar que a Vale tinha conhecimento dos riscos em um contrato de exploração da mina de Simandou, na Guiné, África.
Steinmetz tenta reverter uma decisão do tribunal arbitral em Londres que o condenou a indenizar em US$ 2 bilhões a mineradora, que pagou ao magnata US$ 2,5 bilhões por uma mina de exploração de ferro.
No parecer, Moro acusa executivos da Vale de terem prestado “informações falsas e ocultado fraudulentamente do mercado e de seus acionistas as reais condições do negócio celebrado com a BSGR (empresa de Steinmetz) acerca dos direitos de exploração sobre Simandou e sobre os motivos da rescisão posterior”.