Bolsonarista preso por bomba em Brasília tem arsenal em casa e planejava atentado na posse de Lula

Atualizado em 25 de dezembro de 2022 às 10:53
Armas encontradas na casa de George Washington
Imagem: Divulgação/PCDF

A Polícia Civil do Distrito Federal desarmou, no sábado (24), uma bomba colocada próxima ao Aeroporto Internacional de Brasília. O homem responsável pelo artefato foi preso e identificado. Seu nome é George Washington De Oliveira Sousa, ele tem 54 anos, mora em Santarém, no Pará, e confessou à 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) que estava planejando um atentado contra o presidente eleito Lula (PT) no dia da posse.

Dono de uma empresa de vestuário, George Washington viajou para Brasília logo após Jair Bolsonaro (PL) perder as eleições presidenciais para participar dos atos antidemocráticos junto a apoiadores do presidente derrotado. Junto do criminoso, que é Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), a polícia encontrou mais de mil munições, fuzil, pistolas, cinco artefatos explosivos e uniformes de soldados do Exército.

Ele teria trazido a maioria do material do Pará, em uma caminhonete. Os explosivos seriam oriundos de garimpos e pedreiras recolhidos no estado nortista. Em um endereço no Sudoeste, bairro nobre do DF, foram encontradas outras bombas.

Bomba encontrada pela polícia em Brasília

De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil do DF, Robson Cândido, o homem colocou o explosivo em um caminhão-tanque e sua intenção era justamente causar uma explosão no aeroporto. “Seria uma tragédia jamais vista”, disse o chefe da corporação. O criminoso planejava o “caos” para chamar atenção do movimento bolsonarista, segundo a polícia. Ele admitiu a motivação política do crime em seu depoimento.

“Graças a Deus conseguimos interceptar. Não conseguiram explodir, mas a perícia nos relata que eles tentaram acionar o equipamento. Ele é morador do Pará e veio para participar das manifestações no QG. Ele faz parte desse movimento de apoio ao atual presidente. Eles estão imbuídos nessa missão, segundo eles, mas saiu de controle”, afirmou o delegado.

George Washington foi muito ativo nas redes sociais no segundo turno das eleições. Compartilhava vídeos com falas do Padre Kelmon e do jornalista bolsonarista Rodrigo Constantino, além de gravações antigas de André Janones criticando governos petistas. Praticamente todos os dias afirmava que a campanha eleitoral de Bolsonaro era uma “luta contra a corrupção e contra a mentira”.

Depois do último debate do primeiro turno, promovido pela Rede Globo no dia 30 de setembro, o criminoso publicou, em resposta a outros tweets, imagens do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com ferimentos no rosto, como se tivesse sido agredido, e a frase: “O padre já foi?”, em alusão a um suposto bom desempenho do religioso ao atacar o petista.

A Polícia Civil do DF agora investiga outros envolvidos no planejamento de atentados. “Nós autoridades policiais, principalmente aqui de Brasília, iremos tomar todas as providências e prender qualquer um que atente contra o Estado Democrático de Direito, com ameaças e, agora, com bombas. Isso é algo que nunca existiu em Brasília e não iremos permitir esse tipo de manifestação que possa causar mal às pessoas ou ao patrimônio”, afirmou o delegado-geral.

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