Todos os servidores do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que aparecem nas imagens do dia dos atos terroristas, em 8 de janeiro, são militares. Além do general Gonçalves Dias, que deixou a chefia da pasta na última quarta-feira (19), estavam no Palácio do Planalto, durante os ataques, outros sete oficiais do Exército, um sargento da Aeronáutica e um tenente-coronel da reserva do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, segundo informações do Congresso em Foco.
Os nomes foram repassados ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na quinta-feira (20). Ao encaminhar os nomes, o GSI, que está sob comando do ministro interino Ricardo Cappelli, pediu a Moraes autorização para dar divulgação a pública a todas as 160 horas de gravação registradas pelas câmeras do Palácio do Planalto em 8 de janeiro. O pedido foi aceito, e o GSI deve liberar as imagens ainda neste sábado (22).
Veja quem são os militares que estavam no Planalto no dia dos ataques que resultaram na invasão e depredação das sedes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário:
General de divisão R1 Marco Edson Gonçalves Dias, que exerceu a função de ministro-chefe do GSI até 19 de abril de 2023. Nas imagens, ele aparece circulando entre os invasores, cumprimentando-os e até salas do Palácio para os golpistas saírem. O general alega que indicou o caminho para os manifestantes descerem até o segundo andar, onde estavam sendo presos pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
General de divisão Carlos Feitosa Rodrigues, que foi o secretário de Segurança e Coordenação Presidencial até 23 de janeiro de 2023. Ele foi nomeado para o cargo em maio de 2021 por Jair Bolsonaro. Entre 2019 e 2020, era comandante 16ª Brigada de Infantaria de Selva, com sede em Tefé, no Amazonas.
Coronel do Exército Wanderli Baptista da Silva Júnior, diretor-adjunto do Departamento de Segurança Presidencial até 31 de março de 2023. Recebeu em 2020 o título de “Cidadão do Recife”, conferido pela câmara municipal da capital de Pernambuco. Em 2005, comandou a Operação Pacajá, organizada para tentar controlar os focos de tensão no Pará após o assassinato da freira Dorothy Stang.
Coronel do Exército Alexandre Santos de Amorim, coordenador de Avaliação de Riscos, que permanece no cargo. Foi de sua autoria um relatório classificando o evento como “risco laranja”.
Coronel do Exército R1 André Luiz Garcia Furtado, coordenador-geral de Segurança de Instalações, que continua no cargo. Ele foi nomeado em abril de 2020 pelo então chefe do GSI, Augusto Heleno. Entre 2009 e 2011, nas gestões de Lula e de Dilma Rousseff, integrou as comitivas presidenciais.
Tenente-coronel do Exército Alex Marcos Barbosa Santos, adjunto da Coordenação-Geral de Segurança de Instalações, ainda no cargo. Está no GSI desde agosto de 2019. Antes, foi do Batalhão da Polícia do Exército em Brasília.
Tenente-coronel R1 Marcus Vinicius Brás de Camargo, do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), chefe da Assessoria Parlamentar do GSI, ainda no cargo. Ele foi nomeado em 1º de janeiro deste ano, primeiro dia de mandato do presidente Lula. Antes, foi chefe da assessoria parlamentar do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.
Major do Exército José Eduardo Natale de Paula Pereira, coordenador de Segurança de Instalações Presidenciais de serviço no último dia 8 de janeiro, exonerado do cargo em 3 de fevereiro de 2023. Ele aparece nas imagens distribuindo água a invasores no Palácio do Planalto. Natale integrava a equipe de viagens do ex-presidente Jair Bolsonaro e do vice-presidente Hamilton Mourão. Foi nomeado durante a gestão de Augusto Heleno no GSI.
Capitão do Exército R1 Adilson Rodrigues da Silva, auxiliar da Coordenação-Geral de Segurança de Instalações, ainda no cargo. Está no GSI desde dezembro de 2021, com função técnica de apoio à seção de processos administrativos. Antes, foi lotado no comando de operações terrestres do Exército.
Sargento da Aeronáutica Laércio da Costa Júnior, encarregado de segurança de instalações do Palácio do Planalto, ainda no cargo. Está no GSI desde outubro de 2020.
(R1 designa o grupo de oficiais e de militares graduados que são transferidos para a reserva).