Salles usa vídeo editado para criticar Greenpeace. Por Sabrina Rodrigues

Atualizado em 22 de outubro de 2019 às 10:28
Ricardo Salles atacando o Greenpeace. Foto: Reprodução/Twitter

Publicado originalmente no site O Eco

POR SABRINA RODRIGUES

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (NOVO), vem utilizando a conta oficial do twitter para discutir com ONGs e autoridades públicas por conta das manchas de óleo que há quase 50 dias tomam conta do litoral nordestino. Nesta segunda-feira (21), Salles compartilhou um vídeo com o comentário: “O Greenpeace explicou por que não pode ajudar a limpar as praias do Nordeste… ahh, tá…(sic)” em que sugere a ausência proposital da ONG nas limpezas das praias afetadas pelo petróleo.

 

No vídeo compartilhado por Salles, de cerca de um minuto, um ativista da ONG justifica a ausência do Greenpeace na limpeza das praias porque o “trabalho de combate às manchas de petróleo exige conhecimentos e equipamentos técnicos específicos feitos por instituições  especializadas e pelos órgãos competentes”. O vídeo compartilhado é incompleto e estava editado. Publicado na sexta-feira (18), o vídeo completo do Greenpeace tem cerca de três minutos e conta uma história diferente da divulgada pelo chefe da pasta ambiental.

No vídeo sem edição (acima), um representante do Greenpeace diz que voluntários estão atuando para limpar as praias afetadas. No Twitter oficial da entidade, a ONG cita o ministro: “Durante o final de semana um dos nossos vídeos foi editado para tirar de contexto uma fala do nosso porta-voz sobre as manchas de óleo. Responderemos mostrando a realidade”, declarou o Greenpeace no Twitter.

 

No sábado (19), Ricardo Salles e o governador da Bahia, Rui Costa (PT) trocaram farpas após Costa cobrar um posicionamento e resoluções do Governo Federal. Ricardo Salles, por sua vez, respondeu, afirmando que foi pessoalmente à Bahia e que não  encontrou pessoas ligadas ao governo estadual. O ministro visitou as praias do Nordeste no começo de outubro, 38 dias após as primeiras manchas de óleo aparecerem nas praias da Paraíba, o primeiro estado atingido.