O grupo de extremistas do “300 do Brasil” era orientado por ministro do governo Bolsonaro. Quem conta é Sara Winter, bolsonarista arrependida. Ela relata que o ministro da Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Augusto Heleno, a convidou para o Palácio do Planalto.
“Ele pediu para deixar de bater na imprensa e no Maia e redirecionar todos os esforços contra o STF”, conta ela à revista ISTOÉ. Também relata que a influência de Jair Bolsonaro no grupo era direta e que Daniel Silveira, Carla Zambelli, Sargento Fahur e Bia Kicis foram muito presentes.
A ativista era próxima de Damares Alves. Ela morou com a evangélica por um tempo e a tinha como uma espécie de “guru”: foi a ministra quem a orientou ideologicamente quando “saiu da esquerda”.
Conta que Damares a orientou para que deixasse o acampamento: “Já sabia que eu ia ser presa e o governo orientou a não falar mais comigo”. Afirma que as duas não se falam desde 27 de maio de 2020.
Bia Kicis teria o papel de ajudar na organização do grupo de extremistas. “Ela ensinou a gente como chamar atenção da imprensa”, diz. Afirma ainda que a parlamentar cedeu um assessor, Evandro Araújo, e colocou um advogado de seu gabinete para acompanhá-los.
Zambelli, por sua vez, era quem participava dos atos com maior frequência e passava informações sobre a repercussão do acampamento. Ela orientou que o alvo dos protestos fosse Rodrigo Maia.
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Os arrependimentos de Sara Winter
Sara Winter diz estar arrependida de ter criado o acampamento. Hoje, chama o movimento de “surto” dela junto de Oswaldo Eustáquio que “se transformou numa histeria coletiva”.
Desiludida, diz que hoje Bolsonaro é indefensável: “Não tem mais como defender. Mas se ele pedir para os bolsonaristas comerem merda, as pessoas vão comer”.
Ainda relata que há censura a certos assuntos dentro do bolsonarismo, como rachadinhas e milícia. Conta que Carlos e Eduardo eram vistos como os cães de guarda do presidente.
Sara Winter quer deixar o país por medo. Pretende ir com o filho morar no México em breve. No início do ano, ela prometeu que contaria “tudo que sabia sobre o bolsonarismo” e relata:
“O Planalto surtou e fez uma reunião ministerial. A Damares foi chamada. Eu não sabia o que eles tinham tanto medo do que eu possa tornar público”.
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