Após a circulação de informações falsas relacionadas ao cancelamento de contratos de exportação na área da saúde entre Israel e o Brasil, o Comprova, serviço de checagem da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), realizou uma verificação dos fatos.
Postagens mencionavam a suposta venda de um dispositivo de detecção precoce de câncer de mama e próstata, alegando que tais contratos foram cancelados em razão de declarações do presidente Lula (PT). No entanto, conforme verificado, eles nunca existiram.
Tanto o Ministério da Saúde quanto o Instituto Nacional do Câncer (Inca) negaram a existência de qualquer contrato de importação de equipamentos para tratamento oncológico com o governo de Israel. Além disso, a Sociedade Brasileira de Mastologia confirmou que o dispositivo mencionado nas postagens não é real, enfatizando as complexidades envolvidas na detecção precoce do câncer de mama.
“As alegações de cancelamento de contrato são infundadas e foram categorizadas como informações falsas”, ressaltou o Instituto, ao ser procurado pela Folha de S.Paulo.
O post em questão sugeria que os contratos teriam sido firmados durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), em 2019, e que a tecnologia estaria disponível a partir de agosto de 2024. No entanto, tais afirmações foram categorizadas como infundadas e falsas pelo Comprova.
➡️ O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional do Câncer informaram que nunca houve esse acordo entre os dois países. A Sociedade Brasileira de Mastologia afirmou que o método mencionado na publicação não existe; é um desafio científico e tecnológico ainda não atingido.
— Comprova (@Comprova) March 1, 2024
O conteúdo disseminado também atribuía o suposto cancelamento dos contratos às declarações de Lula sobre a guerra na Faixa de Gaza, em uma entrevista realizada em Adis Abeba, na Etiópia. No entanto, o Comprova esclareceu que não houve tal cancelamento e que as declarações do petista não foram o motivo, desmistificando as alegações difamatórias.
O Comprova reforça sua missão de monitorar e desmentir conteúdos falsos que circulam nas redes sociais e aplicativos de mensagem, especialmente aqueles relacionados a políticas públicas e eleições no âmbito federal. Falsidades inventadas ou editadas com o intuito deliberado de enganar o público são categorizadas como falsas pelo Comprova.