Egon Schiele construiu uma obra imortal em apenas 28 anos de uma vida conturbada.
Como Egon Schielle pôde fazer tanta coisa em apenas 28 anos?
Tinha esquecido o quanto fora curta a vida do “pornógrafo vienense”, como o chamavam os detratores na Viena que ele chocou e iluminou com seus quadros de uma beleza erótica incomum. Foi ao ler uma breve biografia dele, por quem me apaixonei anos atrás à primeira vista, que me lembrei de sua vida curta.
Tenho que me livrar regularmente de alguns livros por questões de espaço. Meus livros de Schiele jamais correram o risco de ser descartados.
Picasso teve quase um século para construir sua obra e sua reputação. Monet 80. Em apenas 28 anos Schiele com seu expressionismo explosivo se colocou no patamar deles dois. Por isso o admiro mais.
Surgiu como um seguidor de Klimt, outro gênio de Viena. Mas depois, na provocação erótica, na ousadia transgressora, superou o mestre. Jamais deixou de admirar Klimt, no entanto. Ficou feliz quando Klimt disse, gentilmente, que Schiele desenhava melhor que ele próprio, Klimt. A gripe espanhola o matou em 1918. Klimt, uma geração mais velho, morrera alguns meses antes.
Schiele não temer perder a respeitabilidade com suas obras é algo inspirador para qualquer artista.
Ontem, hoje. Sempre.