O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, classificou as ações de Israel em Gaza como “algo que se aproxima da vingança”, em uma das mais fortes críticas a Israel feitas por um líder de um Estado-membro da União Europeia. Com informações da Reuters.
As autoridades de saúde de Gaza dizem que pelo menos 9.061 pessoas foram mortas desde que Israel iniciou as ofensivas contra a região, que tem 2,3 milhões de pessoas, em retaliação ao ataque do Hamas no sul de território.
“Acredito firmemente que Israel tem o direito de se defender, tem o direito de perseguir o Hamas, que não pode fazer isso de novo”, disse Varadkar a jornalistas durante uma visita à Coreia do Sul. “O que estou vendo acontecer no momento não é apenas autodefesa. Parece algo mais próximo da vingança”, prosseguiu.
“Não é onde deveríamos estar. E não creio que seja assim que Israel garantirá a liberdade e a segurança futuras”, disse ele. Questionado por um jornalista se as ações de Israel são crimes de guerra, Varadkar disse que “não cabe a ele determinar”.
Israel alega que está agindo dentro do direito internacional e que os seus ataques têm como objetivo destruir o Hamas, que opera entre a população civil.
A guerra de Gaza pôs em evidência as divisões da política externa na União Europeia. Países como a França, os Países Baixos, a Espanha, Portugal, a Bélgica e a Irlanda apoiaram os apelos das Nações Unidas para uma pausa no conflito por razões humanitárias.
Mas outros países, como a Alemanha, a República Checa e a Áustria, resistiram, argumentando que a medida poderia reduzir a capacidade de Israel se defender e permitir que o Hamas se reagrupasse, segundo diplomatas.
A Irlanda tem sido tradicionalmente um dos mais fortes críticos da Europa Ocidental das políticas israelitas em relação aos palestinos.