“Se Bolsonaro for preso, elege um poste em 2026”, afirma Valdemar

Atualizado em 24 de outubro de 2024 às 13:15
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal, se mostrou otimista sobre a reversão da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, visando a eleição presidencial de 2026. Bolsonaro foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030, mas o líder do PL acredita que há espaço para reverter essa situação por meio de articulações políticas em curso, especialmente em colaboração com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP).

Um dos caminhos considerados é a inclusão de uma emenda no projeto de anistia aos presos de 8 de janeiro, que poderia beneficiar Bolsonaro. Segundo Valdemar, o ex-presidente também está confiante de que conseguirá ser candidato nas próximas eleições presidenciais.

“O Bolsonaro vai ser candidato. Sabe por quê? Se prenderem o Bolsonaro e ele lançar de candidato um poste para Presidente da República?”, questionou em entrevista ao Uol. O presidente do PL acredita que, mesmo que Bolsonaro não concorra, seu capital político será decisivo, destacando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como um possível sucessor dentro do campo da direita. “Tarcísio é aliado 100%. Não tem problema nenhum, ele é Bolsonaro roxo”, reforçou.

Porém, Valdemar descarta a possibilidade de Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, assumir um cargo executivo, como a presidência ou um governo estadual. Segundo ele, Bolsonaro é claro sobre isso: “Ele não quer a Michelle em cargo executivo. Ele já falou pra mim. Porque ela não tem experiência de administração pública, de lidar com as coisas de pessoal difícil, coisas de político e tal. E é verdade. Ele não quer”.

Valdemar, presidente do PL, e Michelle Bolsonaro. Foto: reprodução

Nas eleições municipais deste ano, o PL obteve resultados expressivos, vencendo prefeituras importantes e estando no segundo turno em nove capitais, como Goiânia, Manaus e Fortaleza. Para Valdemar, esse sucesso é diretamente atribuído a Bolsonaro. “O que Bolsonaro mostrou nesta eleição: o partido fez o maior número de votos para prefeitos. Estamos em nove capitais no segundo turno. Tudo isso nós devemos a Bolsonaro. Se não fosse ele, esquece”, afirmou.

No todo, o PL conquistou 510 prefeituras no primeiro turno, alcançando quase 10% dos municípios brasileiros, com 15,6 milhões de votos. “Bolsonaro é o responsável por alavancar essas campanhas”, comemorou Valdemar, mencionando como exemplo a vitória de Tião Bocalom em Rio Branco, com 54,82% dos votos.

Preso pelo escândalo do mensalão em 2013 e por posse de arma ilegal em 2024, ao ser investigado pela trama golpista de 2022 e 2023, ele também criticou a estratégia de deslocamento do ex-presidente durante a campanha, destacando que Bolsonaro preferiu aviões comerciais a jatinhos privados, o que teria limitado sua presença em mais eventos eleitorais.

“O grande problema do Bolsonaro na eleição foi ele não andar de jatinho, só de avião de carreira. Ele vai para João Pessoa, perdeu o dia [em deslocamento].”

Além das questões eleitorais, Valdemar está em negociações com Arthur Lira para garantir o apoio à sua sucessão na presidência da Câmara dos Deputados. Em troca, o líder do PL espera que Lira avance com a pauta do projeto de anistia, que poderia beneficiar Bolsonaro.

Apesar disso, o presidente do PL reconhece que haverá resistência, especialmente por parte do PT, que também busca influência sobre a escolha do próximo presidente da Câmara. “Hugo Motta já falou comigo, Elmar veio falar. E eu falei: ‘Nós vamos fazer acordo para esses dois anos só’. Porque se nós ganharmos a Presidência da República, nós vamos querer ter a presidência da Câmara. E a presidência do Senado”, concluiu Valdemar.

Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
?Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line