As ruas falaram. A pressão popular funcionou. As redes sociais se impuseram: Eduardo Cunha está, enfim, morto.
A decisão da Comissão de Ética da Câmara dos Deputados para que ele seja cassado é um raro momento de luz nas trevas em que o Brasil foi submergido pela plutocracia golpista.
A decisão vai ser chancelada pelo plenário da Câmara, mas as chances de Cunha, com o voto aberto, são equivalentes a zero.
Como isso se reflete no processo de impeachment?
Não há uma ligação imediata, mas o que fica demonstrado é que a pressão popular funciona. Tia Eron ia fatalmente votar a favor de Cunha, bem como o deputado Wladimir Costa, do infame Solidariedade.
No final, ajudaram a levar Cunha para o cadafalso pelo clamor nacional.
Haverá, no Senado, uma votação definitiva em torno do afastamento de Dilma.
Dois votos que mudem são bastantes para corrigir uma terrível injustiça. O Senado aprovou o impeachment num cenário ilusório: o de que Temer iria abafar e Dilma sumiria.
O que aconteceu foi o oposto. Temer é um interino rejeitado desde o primeiro dia. Uma pesquisa Vox Populi publicada hoje mostrou as dimensões do repúdio nacional a ele.
É hora de pressionar fortemente os senadores, sobretudo os que já demonstraram algum remorso pelo passo falso, como Cristovam Buarque.
Se Cunha, com todo o seu poder, pôde ser derrotado na Câmara, está claro que Temer, muito mais fraco, também pode ser batido no Senado.
Para os que lutam pela democracia, a queda de Cunha é um estímulo fortíssimo. Si, si puede, como se diz em espanhol.
Sim, é possível abreviar ao máximo a passagem espúria de Temer pelo Planalto.
Ruas, ruas e ainda ruas, aliadas a uma ação contínua nas redes sociais: esta é a receita.