O grande momento do depoimento do ex-deputado Pedro Corrêa, do PP, ocorreu quando ele mostrou fotos de diversos encontros com Lula quando este ocupava a presidência da República.
Condenado a 20 anos e 7 meses de prisão na Lava Jato, Corrêa estava rebatendo uma afirmação de Lula de que era um “desconhecido”.
Sacou de um álbum de fotografias e se pôs a descrever do que se tratava.
“Eu vivia no palácio do governo. Porque eu era presidente do partido e, consequentemente, participava, pelo menos duas vezes por mês, das reuniões do conselho político”, contou.
“Mas eu quero dizer que eu tenho aqui fotografias da reunião do conselho político do presidente, de despacho na sala do conselho com o ex-ministro Zé Dirceu. Estão aqui Zé Dirceu, Pedro Corrêa e Roberto Jefferson”, apontou.
“E, aqui, no Palácio do Planalto, também, uma reunião com o presidente Lula e a bancada do meu partido, deputados e senadores, onde estão presentes eu, o ministro Zé Dirceu, o presidente Lula e o deputado Pedro Henry”.
Sergio Moro assistia a tudo com o olhar compenetrado, a mão esquerda sustentando o queixo. “Perfeito”, observou, antes de passar a palavra ao Ministério Público.
Ora. São registros de reuniões de um presidente com um líder político. Ponto.
Se Moro levar aquilo a sério, como aparentava no teatro com Corrêa, tem de se declarar suspeito por causa de suas famosas fotos com Aécio Neves e Michel Temer — muito mais comprometedoras, ao menos no terreno do impressionismo, da especulação e da velha e boa convicção.