“Se não querem solução, é porque gostam da guerra”, diz Lula sobre Putin e Zelensky

Atualizado em 13 de junho de 2024 às 15:27
Lula dando entrevista após desembarcar em Genebra, na Suíça. Foto: reprodução

Após a 112ª Conferência Internacional do Trabalho realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra, na Suíça, o presidente Lula (PT) reiterou a importância de um acordo de paz entre Ucrânia e Rússia. Segundo o petista, se os presidentes Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, e Vladimir Putin, da Rússia, não estão dialogando, é sinal de que não querem encontrar uma definição para a paz.

“Tem que ter um acordo. Agora, se o Zelensky diz que não tem conversa com Putin, Putin diz que não tem conversa com Zelensky, é porque eles estão gostando da guerra. Senão, já tinham sentado para conversar e tentar encontrar uma solução pacífica”, afirmou o presidente brasileiro.

Lula destacou que não defende Putin no conflito, iniciado há mais de dois anos após a invasão russa na Ucrânia. Ele enfatizou que o Brasil foi o primeiro país a criticar a Rússia pela invasão, mas não escolhe lados na disputa. “O meu lado é a paz”, disse o presidente.

Durante a conferência, Lula defendeu o fim da guerra e justificou sua ausência em uma reunião convocada pelo governo suíço para discutir o conflito, afirmando que é impossível negociar a paz sem a presença de representantes russos. “Eu tinha mandado carta para a presidenta [Viola Amherd, da Suiça] de que o Brasil não ia participar de uma cúpula que só tem um lado. As guerras são feitas por duas nações. Se quiser encontrar paz, tem que colocar os dois em um ambiente de negociação”, explicou o mandatário brasileiro.

Lula ao lado de Zelensky, presidente da Ucrânia. Foto: Ricardo Stuckert

Na segunda-feira (10), Lula recebeu uma ligação de Putin, que expressou solidariedade às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Durante a conversa, a guerra entre Rússia e Ucrânia também foi discutida. Segundo o Planalto, o petista reiterou a defesa de negociações de paz que envolvam ambos os lados do conflito, alinhado ao documento assinado pelo assessor presidencial Celso Amorim e pelo chinês Wang Yi, que ocupa a mesma função no governo Xi Jinping.

Em 23 de maio, durante a visita de Amorim a Pequim, Brasil e China assinaram uma proposição defendendo uma “resolução política” para a guerra entre Rússia e Ucrânia. O documento lista sugestões como o aumento da ajuda humanitária e a proibição da ampliação de zonas de conflito, além de determinar que a Rússia também precisa estar incluída na mesa de discussões sobre uma eventual proposta de paz entre os dois países.

Este posicionamento diverge das nações como Estados Unidos (EUA) e membros da União Europeia (UE), que, assim como a Ucrânia, defendem que qualquer proposta de paz deve começar somente depois que as tropas russas decidirem deixar o território ucraniano.

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