A Justiça Militar condenou o coronel da reserva José Placídio dos Santos a quatro meses de detenção após a publicação de ofensas contra os comandantes das Forças Armadas durante os ataques às sedes dos Poderes. Em 8 de janeiro, o coronel incitou as Forças Armadas a promoverem um golpe contra o presidente Lula (PT), incentivando outros militares a aderirem ao movimento golpista em Brasília.
Em uma de suas postagens, ele escreveu: “Brasília está agitada com a ação dos patriotas. Excelente oportunidade para as FA [Forças Armadas] entrarem no jogo, desta vez do lado certo. Onde estão os briosos coronéis com a tropa na mão?”.
Em outra publicação, o militar direcionou críticas ao General Arruda: “General Arruda, o Brasil e o Exército esperam que o senhor cumpra o seu dever de não se submeter às ordens do maior ladrão da história da humanidade. O senhor sempre teve e tem o meu respeito. FORÇA!!”
O coronel também ofendeu o comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, por não ter apoiado os atos golpistas. Em suas declarações, ele comparou Olsen ao ex-comandante Almir Garnier, apontado pela Polícia Federal como o único chefe militar a apoiar os planos antidemocráticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Marinha do Brasil!! Sai um herói patriota, entra uma prostituta do ladrão, com o devido respeito a elas. Venha me punir, Almirante, e me distinga em definitivo da sua estirpe”, escreveu Placídio.
A sentença, proferida na última terça-feira (27) e divulgada pela Folha de S.Paulo, estabelece que José Placídio cumprirá a pena de detenção em regime aberto. O tribunal considerou o réu primário e de bons antecedentes, fixando a pena base em três meses de detenção.
No entanto, devido à gravidade das ofensas contra o Comandante da Força Naval, a pena foi aumentada em um terço, resultando em uma condenação definitiva de quatro meses.
José Placídio é o segundo coronel condenado pela Justiça Militar por ofender oficiais-generais após os eventos de 8 de janeiro. O primeiro foi o coronel da reserva Adriano Camargo Testoni, que foi condenado a um mês e 18 dias de detenção em regime aberto após gravar vídeos durante os ataques às sedes dos Poderes, nos quais proferia xingamentos contra integrantes do Alto Comando do Exército.
Além da pena, Testoni foi demitido de um cargo em comissão no Hospital das Forças Armadas, função que lhe rendia um acréscimo salarial de 30%.