Sem anistia: integrantes da CPMI do Golpe vão a Gonet e cobram punição para envolvidos

Atualizado em 7 de novembro de 2024 às 9:03
O deputado Rogério Correia (PT-MG), a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o PGR Paulo Gonet, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e o Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) – Foto: Reprodução

Originalmente publicado no site do PT

O deputado Rogério Correia (PT-MG) e outros parlamentares que integraram a CPMI do Golpe se reuniram, na tarde de terça-feira (5), com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, para cobrar celeridade no processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Ao site do PT, o deputado relatou que o grupo de congressistas reforçou posição contrária a qualquer tipo de anistia para os envolvidos.

“O que nós solicitamos e falamos com o procurador é a pressa desse assunto, a celeridade do processo. Afinal de contas, a tentativa de golpe já vai completar dois anos, foi em 8 de janeiro 2023, então precisa ter uma agilização desse procedimento”, afirmou Correia, sublinhando que a Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda está aguardando o recebimento desse inquérito para decidir sobre uma eventual apresentação de denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“É o inquérito maior. A Polícia Federal tem informado que pretende terminá-lo agora no mês de novembro”, disse o parlamentar, destacando que a PF colheu novos elementos sobre o caso a partir do acesso ao celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, por meio de uma senha.

Correia ressaltou que os inquéritos relativos ao roubo e venda de joias da União e à falsificação de cartões de vacina, dos quais Bolsonaro também é alvo, já estão na PGR. Até o momento, porém, o órgão não se decidiu sobre apresentação de denúncia.

Participaram também da reunião na PGR a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), e deputados federais Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ).

“Sem anistia para golpista”

Rogério Correia também falou sobre a reunião pela rede social X. “Conversamos sobre a expectativa para a chegada da terceira parte do inquérito da PF que incrimina Bolsonaro pela tentativa de golpe no Brasil. Seguimos vigilantes e atentos para que não haja anistia”, enfatizou.

No vídeo da postagem, Eliziane Gama relatou que foi uma reunião muito importante para acompanhar o desdobramento do relatório da CPMI do 8 de Janeiro e “dizer que estamos atentos em relação às denúncias que virão desse relatório em relação àqueles que participaram diretamente dos atos do 8 de Janeiro”.

Além disso, Jandira Feghali falou sobre a expectativa pela conclusão do inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado. “Estamos absolutamente ansiosos para que a Polícia Federal conclua, para que possa chegar à PGR e que siga para julgamento no Supremo Tribunal Federal”, afirmou a deputada. Em coro, o grupo exigiu: “Sem anistia para golpista”.

Inelegível põe extrema direita na berlinda

“Bolsonaro está em apuros. Ele teve uma derrota grande porque precisava de uma vitória acachapante e agora começa a sentir que a própria direita não tem nele a única alternativa. E ele, inelegível, e com a possibilidade real de prisão, vai colocar também a extrema direita na berlinda”, analisou Rogério Correia, em entrevista ao canal Diário do Centro do Mundo (DCM), horas antes de se encontrar com Gonet.

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Foto Gabriela Biló/Folhapress

No Congresso, deputados bolsonaristas vergonhosamente tem tentado viabilizar um projeto para anistiar aos condenados por participação na tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.

O relatório final da CPMI dos Atos Golpistas, aprovado dia 18 de outubro de 2023, atribuiu a Bolsonaro o crime de golpe de Estado e pediu seu indiciamento e de 60 de seus apoiadores. A comissão identificou o núcleo duro que agiu ao lado do ex-presidente, o que inclui 30 militares, sendo oito deles generais

À época, a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), considerou a aprovação um momento histórico. “Que sejam punidos para que nunca mais sequer pensem em repetir o 8 de janeiro. É assim que a democracia se fortalece”, postou ela, nas redes sociais.

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